Paulo Rebêlo
SOLIDÃO (PE) – Ninguém imaginou que “simples” computadores pudessem mudar tanto a vida das pessoas, mas é o que está acontecendo neste município de 5.500 habitantes, a 411 km do Recife. Inaugurado em maio deste ano, o laboratório de informática de Solidão é a representação máxima da chamada “inclusão digital”, tema abordado em diversas reportagens na Folha Informática.
Sábado passado, os moradores de Solidão tiveram outro motivo para comemorar. O projeto do telecentro foi beneficiado com uma volumosa doação da Fundação Banco do Brasil, repassando oito computadores novos, com bem mais recursos, que se juntam aos seis já existentes. E no sábado ocorreu a inauguração oficial dos micros, que vão beneficiar mais alunos nas turmas de informática básica e internet.
As estações de trabalho têm 128 Mb de RAM, processador AMD de 800 Mhz, portas USB e serial, slots PCI, placa de som e o kit básico de teclado, mouse e monitor de 14 polegadas. Todas estão ligadas ao servidor, uma super máquina com processador de 2,5 GHz, 2 Gb de RAM, slot AGP 8x e HD de 40 Gb. Tudo roda em software livre, com distribuição Linux pré-instalada e configurada para obter um visual quase idêntico ao Windows, além de programas gratuitos de escritório, jogos e aplicativos diversos. O local ainda conta com impressoras e conexão internet em banda larga, via satélite.
O programa inicial do telecentro surgiu a partir de recursos do projeto de combate à desertificação, da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente (Sectma) de Pernambuco. “Demos o pontapé inicial, os moradores estão se mobilizando e alguns até foram convidados para fazer curso fora. A idéia é que, de agora em diante, o telecentro se torne auto-sustentável e gere receita para manutenção”, comemora o Gerente do Projeto de Combate a Desertificação, Sérgio Mendonça. “Isso vai acontecer com uma série de serviços que a informática e a internet oferecem. Antes do telecentro, o pessoal precisava se locomover e pagar por coisas simples, como verificar as multas no site do Detran”, exemplifica Mendonça.
A estudante Adriana Gomes é uma das principais mobilizadoras da iniciativa, tendo viajado a Brasília pela Fundação Banco do Brasil para aprimorar conhecimentos e repassar aos monitores e alunos. “E continuamos sempre nos atualizando, a equipe mantém contato por e-mail, recebemos apostilas e aprendemos coisas novas”, explica. * O jornalista viajou a convite da Sectma SERVIÇO Leia especial da Folha sobre inclusão digital: www.folhape.com.br/informatica/inclusao.pdf