Meus avós eram crianças e o Brasil era o país do futuro, eu cresci lendo a mesma coisa e você provavelmente também, hoje estamos todos pareados na amizade com a foice da Morte e continuamos ouvindo que somos o país do futuro, a diferença agora é ter a certeza que esse futuro não é nosso presente porque nunca foi nem o nosso passado. Resta-me acreditar que seja o futuro dos netos que não vou ter.
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Paulo Rebêlo | 03.junho.2016 ### Não importa o país. Memória política nunca foi uma virtude do eleitor. No Recife, porém, parece que disputamos o título de menor memória política em linha reta da América Latina. Veja o exemplo do pré-candidato Daniel Coelho (PSDB). Do ponto de vista estritamente político, conseguiu de modo bastante inteligente reverter a pressão contrária a seu nome e colocar seu bloco na rua. Foi o primeiro dos pré-candidatos a fazer isso, inclusive sendo o primeiro a oficializar uma plataforma digital de pré-campanha para convidar as pessoas a enviar sugestões. A eficácia desse método é discutível e pode variar de acordo com a ideologia e conhecimento social de quem for lhe responder, mas o que parece não deixar margem para discussão é o nome: O Recife que você quer. Faz apenas quatro anos – ou seja, na última eleição para prefeito – que o mesmo slogan foi utilizado. Em 2012, o marketing político do então candidato a prefeito pelo DEM, Mendonça Filho, passou a campanha inteira com o slogan “O Recife que a gente quer”. Veja uma das inúmeras matérias neste link e um dos inúmeros vídeos divulgados na internet e na horário eleitoral. Dois anos depois daquela
Nos anos 90, fui cobrir uma palestra de um desses famosos gurus da publicidade. No final, trocamos umas ideias e ele me contou que estava muito impressionado com o Nordeste porque, durante um dos debates em João Pessoa, um paraibano entrou na discussão e tinha um grau de conhecimento quase tão bom quanto o dele.
Paulo Rebêlo BBC – 16/out/2013 link It’s one of Brazil’s biggest tech hubs, but Recife’s Porto Digital (Digital Harbour) is no gleaming expanse of shiny metal and glass. Instead, this tech park of more than 200 firms is located within the city’s historical neighbourhood. Launched with much hype in 2000, Porto Digital made headlines in the likes of Wired and Bloomberg Businessweek, a regional hub making a concerted effort to become a big noise. The big international companies have not flocked to Recife; but the hub’s steady growth, far from the wealth of Brazil’s southern cities, may be a salutary lesson for other tech centres aiming to take on major players. But after 13 years exporting products and services to the world, the hub still has to overcome a barrier no amount of high-speed internet connections can overcome: geography. Those behind the original concept of Porto Digital knew about the challenges challenge ahead, trying to attract new companies to a city few non-Brazilians could place on a map. It took longer than expected; the hub’s direction has changed from the original vision, partly because politicians did not believe Porto Digital would make that much of an impression in the global economy. Even today,
Terra Magazine – abril.2010 Não parece, mas toda mudança me parte o coração. Seja de bairro, cidade ou país. Seja em lugares onde morei cinco anos, cinco meses ou até mesmo cinco semanas, como já aconteceu certa vez. Do dia em que cortaram meu umbigo gordo até hoje, são 14 mudanças de CEP. Com exceção de uma, na qual ainda era muito guri, lembro de todas as outras 13 como se fosse hoje. Por mais desregrados que tentemos ser, sempre sobra saudade por abandonar as poucas raízes que a gente deixa pelo caminho. E me pergunto se vamos voltar a nos encontrar um dia, nem que seja para um café com bolo de bacia na padaria. É o garçom no bar da esquina que já se considera um amigo e fala dos problemas domésticos, pede conselhos e sempre lhe consegue um pedaço extra de bife sem cobrar nada. É o porteiro que está sempre dormindo quando você chega bêbado e fica no meio da rua, esperando ele acordar e abrir o portão, como se nada tivesse acontecido. É o zelador evangélico que lhe acha um devasso. A secretária que abre um sorriso largo quando lhe vê, por causa do bombom de cupuaçu.