Bastidores de seis anos da Editora Paradoxum

Paulo Rebêlo | fevereiro e junho de 2023


Escrevi no Linkedin sobre o aniversário de seis anos da Paradoxum, mas esqueci de publicar aqui. Foi até bom, deu tempo de reavaliar algumas considerações. Fiquei muito feliz em terminar (e enviar!) todos os relatórios anuais dos autores, referentes aos royalties e vendas de 2022. Foi um ano muito-muito difícil, em todas as frentes, não apenas na política e no mercado. Mas se teve uma iniciativa que deu bem certo e me trouxe muita satisfação, foi o investimento de tempo e dedicação nos livros que conseguimos rodar e os novos autores que inserimos no mercado editorial brasileiro.

Foram dez novos livros publicados em 2022, um recorde nestes seis anos de atividade da Paradoxum e uma loucura total em termos de produção, organização, logística e gestão, principalmente gestão. Ainda mais se a gente considerar que somos uma microeditora, de produção 100% artesanal e sem divulgação, fora das livrarias e das bienais — justamente dois segmentos que insistem em perpetuar umas práticas um tanto arcaicas e um modelo um tanto estranho nos dias de hoje. E talvez um tantinho maquiavélico, também, ao colocar pequenas editoras na mesma balança dos grandes conglomerados corporativos de livros, muitos com capital estrangeiro e outros com pesado investimento externo.

De certo modo, acho que terminar o envio dos relatórios foi o fim de um ciclo bem nefasto de anos muito difíceis desde 2019 na economia. Nosso modelo de negócio ainda é um tanto suicida, sem dúvida alguma. Quem é que inventa de fazer livros nestes tempos em que ninguém lê mais nada além de um post?

Mas, olha, também é um modelo de alegria e satisfação.

Alegria ao ver o sonho realizado de novos autores. Pessoas que nunca sequer imaginaram ser possível entrar no mercado editorial, de verdade, com um livro registrado, certificado, sem custos escondidos. E também satisfação ao perceber autores já experientes que começam a descobrir novos públicos e a ultrapassar certas fronteiras geográficas, cruzando oceanos, fincando suas folhas escritas em países que sempre quiseram chegar e, até então, achavam super complicado ou inacessível para quem não é best seller ou autor estrangeiro.

Agora em 2023, tem muito livro bacana e muito livro histórico saindo do forno da Paradoxum. É claro que satisfação e sonhos alheios realizados não pagam contas e não retrocedem a data dos boletos vencidos, mas gosto de pensar que talvez ajudem a economizar um pouco em remédios para estresse e contribuam um pouco com nossa saúde mental.

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