Telemar quer expandir VoIP para todo o Brasil

Paulo Rebêlo
Folha de Pernambuco – 22.março.2006

Com toda a reclamação das operadoras em relação ao uso da telefonia pela internet (VoIP, do inglês voz sobre IP), aos poucos elas começam a oferecer soluções próprias para os clientes, sem a necessidade de um computador ou de acessórios externos. A Telemar já começou, por enquanto apenas nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte e Governador Valadares. Batizado de OiVOIP, o serviço está em expansão para outras cidades brasileiras e deve chegar ao Nordeste pelos próximos meses, segundo confirma a própria empresa.

Reportagens anteriores (veja ao lado) reveleram o que analistas da indústria já antecipavam: as operadoras não têm como – e não querem – reverter a situação. Para não perder mercado, oferecem o serviço, mais caro, mas que abocanha uma considerável fatia de clientes por conta das facilidades práticas. Não é preciso contratar outra empresa/plano e nem entender de informática.

No caso da Telemar, o OiVOIP só faz ligações para Estados Unidos e Canadá. O principal diferencial é não haver necessidade de usar o computador, basta ter uma conexão em banda larga (Velox) e um telefone comum. A Telemar vende o adaptador para ser acoplado no aparelho convencional, que converte o sinal para digital e transmite a voz do cliente pela internet, via rede da Telemar em parceria com a americana Net2Phone, até o destino.

O serviço também funciona para quem mora em outros países,  sendo possível adquirir um número virtual e usufruir de tarifas locais ao telefonar para o Brasil. Os planos são a partir de R$ 49,90 mensais com franquia 200 minutos p/ mês, fora o custo do adaptador. Para quem for falar 1000 minutos por mês, um plano promocional fornece o aparelhinho de conversão por apenas R$ 1.

As desvantagens ficam por conta das restrições impostas pela Telemar. De acordo com a empresa, mesmo quando chegar a outras localidades, o OiVOIP só poderá ser solicitado por clientes do Velox — hoje é assim, também. Outros serviços de banda larga não são aceitos. A assinatura, apesar de parecer bem mais barata para quem nunca usou telefonia pela internet, é mais cara do que produtos concorrentes como o Skype, por exemplo, e sem a mesma flexibilidade.