É uma daquelas reportagens que a gente guarda com orgulho. Por ser um eterno aprendizado até hoje. Foi bom rever Josivane, Pitó e Zabé da Loca na reportagem do Globo Rural exibida no dia 10 de outubro. Agradeço @claudiagiane por avisar pelo twitter. Aos 86 anos, Zabé da Loca continua firme e forte em sua casinha nos arredores de Monteiro, Sertão (cariri) da Paraíba. Se você quer conhecer um pouco mais da história da Rainha do Pífano, leia a matéria que publiquei em julho de 2007 na Revista Carta Capital.
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Paulo Rebêlo Diario de Pernambuco – 14.mar.2008 Monteiro (PB) – Carros de som e fogos de artifício logo cedo, às 6h da manhã. Foi o jeito pontual e nada sutil de convocar as pessoas à praça pública para o ato em defesa da transposição do Rio São Francisco, realizado nesta cidade do Cariri paraibano, a 350 km do Recife. Os fogos eram o início da grande acolhida popular que estava por vir, à tarde, com a chegada do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima.
SÃO FRANCISCO // Governadores e prefeitos promovem ato para exigir ação do governo Paulo Rebêlo Diario de Pernambuco – 13.mar.2008 Monteiro (PB) – Quem tem sede, apóia. Eis o lema que move governadores e quase 100 prefeitos da região Nordeste reunidos hoje, desde cedo, nesta cidade do cariri paraibano para um ato a favor da transposição do rio São Francisco. Até o final do dia, são esperadas 10 mil pessoas em praça pública para cobrar do governo federal, representado pelo ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, uma solução aos impasses que continuam travando o avanço das obras. Ele se junta aos governadores, o tucano Cássio Cunha Lima (PB) e os socialistas Cid Gomes (CE) e Wilma de Faria (RN). O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), não vem para o ato. Segundo sua assessoria, hoje à tarde ele tem uma reunião e irá receber uma medalha em Teresina, no Piauí.
Projeto de transpor as águas coloca em lados opostos ribeirinhos e sertanejos Paulo Rebêlo Folha de S. Paulo | 26/dez/2007 link O chão é árido a ponto de rachar. Os galhos quebram com facilidade de tão secos. Açudes e palmas de cactos que servem como alimento de animais -e até de seres humanos- também secam. Se vivo estivesse, Graciliano Ramos certamente diria que as vidas nunca deixaram de ser secas. Ele só não saberia explicar como pode haver tanta água a poucos quilômetros de um cenário tão ríspido. Às margens do rio São Francisco, o agricultor Valdemar Bezerra Luna criou filhos e netos nessa região longe de grandes cidades e carente de infra-estrutura. Afinal, dos 84 anos 54 foram à beira do rio no sertão pernambucano. Depois de tanto tempo, ele garante que sua própria existência tornou-se uma extensão do rio, com benesses desde a água para consumo até a manutenção de uma pequena roça com a qual alimenta a família. A vida de seu Valdemar não é muito diferente da de milhares de famílias às margens do gigantesco rio com 2.863 km de extensão, cuja nascente fica na Serra da Canastra (MG). As turvas águas da bacia hidrográfica do
Paulo Rebêlo Revista Carta Capital Ed. 454 – 25.julho.2007 Aos olhos de um Brasil que desconhece o Brasil, a descrição de Isabel Marques da Silva se parece com a descrição de uma típica mulher do sertão nordestino. Aos 84 anos, é alcoólatra, fumante compulsiva, tem as marcas do trabalho pesado nos pés, carrega no rosto os profundos vincos formados por anos de exposição ao sol forte, criou-se e formou-se com a enxada na mão. Seus dias parecem se resumir a apreciar, à soleira da porta, a mesma paisagem seca que a acompanha há décadas, olhar as mesmas pessoas que passam por aquele distante pedaço de terra quase perdido na fazenda Santa Catarina, uma região permeada de rochas gigantes a 20 quilômetros de Monteiro, sudoeste da Paraíba. Isabel, a Zabé da Loca, é sem dúvida uma sertaneja, mas de comum tem apenas a aparência. Porque para um Brasil que desconhece o Brasil, pouco adianta dizer que ela é a rainha do pife, esse instrumento rústico de som agudo, uma flauta com nove orifícios que se assemelha ao oboé italiano, feito a partir de vários materiais. Entre os pifes utilizados por Zabé em quase oito décadas de dedicação, é possível encontrar até