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Universitária nascida na pior cidade do Brasil filma a vida de seus conterrâneosPaulo Rebêlo (texto & fotos)Carta Capital – ed. 619 – 27 de outubro de 2010link original no site da revistaNão foi preciso tanto tempo para a “pior cidade do Brasil” virar um pequeno oásis no meio do sertão nordestino. Manari, 400 km a sudoeste de Recife, divisa entre Pernambuco e Alagoas, deixou de ser o retrato do subdesenvolvimento para transformar-se em ícone de um Brasil profundo. Tem a cara, o cheiro e o jeito de centenas de municípios que a maioria das pessoas nunca ouviu falar e nunca irá conhecer. Com segredos paulatinamente esquecidos ou enterrados.
Balanço // Programa virou moeda eleitoral para aliados do governo e até para oposição Paulo Rebêlo Diario de Pernambuco 02.novembro.2008 Com o fim das eleições, analistas e setores da oposição apressaram-se em desvincular o Bolsa Família do resultado do pleito municipal. Em parte, devido à fraca conquista eleitoral do PT nos grotões de pobreza. Em Pernambuco, somente oito cidades elegeram prefeitos petistas. Nacionalmente, o PT (sozinho) também perdeu nos pequenos municípios. No entanto, ao contabilizar a base de apoio do governo e somar com a oposição que “abraçou o Bolsa Família”, nota-se como o programa pode ter sido, sim, uma das principais moedas eleitorais no interior. Estudar a hipótese, contudo, é ruim para a oposição e pior ainda para o governo. Não à toa, pouco se discute o assunto.
SERTÃO // Município vive bom momento com a chegada de recursos federais e estaduais Paulo Rebêlo (texto/fotos) Diario de Pernambuco 12.outubro.2008 Manari – Ninguém consegue mais ouvir falar de Manari, a suposta cidade com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Nem mesmo a população local, acostumada com a exagerada midiatização sobre fome e pobreza. Há três anos, no mínimo, Manari deixou de ser uma cidade isolada e pobre, diante da quantidade de projetos implementados ali.
A região pernambucana que concentra municípios de baixo IDH-M (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal) — na parte do Estado que faz divisa com Alagoas —, apresenta alto índice de depressão seguida de ações contra a própria vida. O alerta foi feito pelo Cremepe (Conselho Regional de Medicina de Pernambuco) e o Sindicato dos Médicos, que em abril deste ano promoveram caravanas de estudo presencial em várias cidades da região e, em junho, apresentaram os primeiros resultados parciais.
Paulo Rebêlo PNUD / Nações Unidas 9 de julho de 2004 Terça-feira, 20h. Em meio à praça, jovens com um caderno debaixo do braço se escoram em uma árvore, conversando sobre a aula de Informática que acabou há pouco. Um pouco mais adiante, um trailer vende refrigerante, sanduíches e salgados para três animados grupos que parecem esperar por mais gente ainda naquela noite. Das janelas abertas nas casas ao redor, outras tantas pessoas observam o movimento ou esperam os filhos chegarem da escola. Tudo parece uma cena comum e corriqueira em qualquer cidade, mas não aqui em Manari. Há dois anos, este pequeno município no Sertão de Pernambuco parecia viver isolado do mundo. Bastava o céu escurecer para que as janelas se fechassem e a praça ficasse deserta, em desconfortável silêncio para os raros viajantes que por ali passavam. Foi em 2004 que estivemos pela primeira vez neste pequeno município que beira a divisa de Alagoas e dista 400 quilômetros a sudoeste do Recife, só existindo como um ponto do mapa em que o Guia Rodoviário alerta, ainda hoje, os improváveis viajantes: não há estradas para Manari, apenas um trecho com 30 quilômetros improvisado de barro — e ao chegar,