Carnaval dos Casados

Paulo Rebêlo // fevereiro.2006 Não é novidade que carnaval é tempo de libidinagem. É o júbilo das pessoas solteiras. O problema é que só funciona desse jeito, ou seja, para quem é solteiro. Outro dia, um colega sugeriu juntar a reca dos pobres-coitados e fazer um carnaval de casados, onde as pessoas poderiam brincar, beber e pular sem preocupações com a mão-boba alheia. Não funciona, perde a graça. Ficaria limpinho demais. A maioria dos foliões tende a achar que carnaval só é bom quando se pode sair agarrando todo mundo sem culpa, sobretudo quando, a cada ano, parece que mais e mais pessoas vão somente para isso mesmo. Não é por isso. Quer dizer, não só por isso. A ruína dos homens casados é bem mais simples: não importa se você vai pular com ou sem a mulher, o resultado é que a brincadeira se transforma numa dor de cabeça. Opção 1 – Caso você consiga um habeas-corpus para ir brincar carnaval com os amigos, a tendência é achar que será o paraíso. Afinal, ficará solto na buraqueira para fazer o que quer. Ledo e fatal engano. Pois, são nas ladeiras de Olinda e nas ruas esburacadas do Recife Antigo

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Cerveja: código aberto fora do virtual

Já que nem todos tem direito a mensalão, nem sempre sobra dinheiro para a cervejinha do fim de semana. Não mais agora: o “código-fonte” da cerveja foi publicado na Internet. A partir de uma iniciativa de universitários dinamarqueses, o internauta pode encontrar na Internet o caminho das pedras cevadas e fazer o download da receita da Vores Oel, que em português seria algo como “Nossa Cerveja”. Eles batizaram a descoberta como a primeira cerveja de código aberto. Em entrevista aos jornais da Dinamarca, o mentor da idéia, Ramus Nielsen, disse que foi falar em uma palestra sobre propriedade intelectual e patente na Universidade de Informática de Copenhague e, no momento, resolveu pedir aos estudantes para pensar em algo fora do mundo virtual onde as diretrizes do código aberto (open source) pudessem ser aplicadas. Todos concordaram com a idéia da cerveja e levaram adiante o projeto. A receita está disponível no site oficial da Vores Oel e, como ainda é a versão 1.0, os criadores dizem que há espaço para aperfeiçoamentos. O material é liberado em Creative Commons, um tipo de licença especial que foi abordado na edição passada da Folha.

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O super vô ranzinza da barbona branca

Paulo Rebêlo // setembro.2003 Depois da última crônica, não consegui parar de pensar na possibilidade de ter netos sem precisar ter filhos. Será possível? Domingão é sempre um dia bom para refletir nos mandos e desmandos da vida. De ceroulão em manhã chuvosa, resolvo terminar aquele restinho de Contreau (tira a ressaca que é uma beleza) e acender um charutinho para, quem sabe, colocar em prática tudo aquilo que não aprendi nas aulas de biologia. Posso eu ser avô sem ser pai? Modéstia à parte, eu seria um excelente avô. E tem mais: a maioria dos avôs são, praticamente, versões suavemente melhoradas do que seria o Super Vô Ranzinza da Barbona Branca. Todos eles carregam uma protuberante saliência fronto-abdominal. Eu também. Todos eles são carecas. Eu estou em vias avançadas de ter um aeroporto internacional de muriçocas. Eles têm barba branca. A minha é meio galega, mas suspeito de que não vá demorar muito para branquear. Eles são caladões. E eu vivo sendo chamado de taciturno por muita gente… Pensando bem, acho que eu poderia ser avô agora mesmo. O papel do avô é muito bacana. A gente não precisa (já estou me incluindo no grupo) ficar naquele fricote com

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Bíblia do Solteiro Apostólico II

Paulo Rebêlo – abril.2003 Parte II – Rebanho de Ovelhas Bundudas – O solteiro apostólico precisa ser, antes de tudo, um exímio pregador dos mandamentos sagrados da doutrina Tico-Tico no Fubá, a fim de poder atingir o ápice doutrinário: aumentar o rebanho das ovelhas-beatas ávidas por mostrar-lhe a belíssima trindade. Frei Ranzinza tenta seguir as escrituras sagradas (“escrituradas” por ele mesmo) e até agora só tem convertido barangas, jaburus, neuróticas e psicóticas. Quem sabe você não tem mais sorte?

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Parente nem sempre é serpente

Paulo Rebêlo // dezembro.2002 Todo Natal e Ano-Novo é a mesma coisa: familiares se reencontram, tapinhas nas costas, abraços, beijinhos falsos e às vezes a tradicional troca de presentes. Se é para trocar presentes, ao menos que sejam presentes úteis. O problema de reencontrar familiares distantes no Natal é o mico de ter que levar presentes para uma pessoa que, às vezes, pode estar tão diferente a ponto de você se perguntar se entrou na casa certa.

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O mistério da bolsa feminina

Paulo Rebêlo // novembro.2002 Anos atrás, eu não entendia o porquê de as mulheres levarem tanto bagulho nas bolsas. Pasta e escova de dente, colírio, pente, toalhinhas, lenços e dúzias de bugigangas. Era o tal “mistério da bolsa feminina”, popularmente conhecido como frescura de mulher. Elas sempre estiveram certas e nós, homens de pouca visão (literalmente), é que somos tolos.

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