Por dentro do o Windows 7: conheça antes de instalar

win7low03Paulo Rebêlo
UOL Tecnologia | 15.dezembro.2008
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A Microsoft promete liberar a versão beta 1 do Windows 7 para o público em geral até fevereiro de 2009. Então, qualquer um poderá instalar e usar o novo sistema operacional enquanto ele ainda não é finalizado.

O sucessor do Windows Vista segue o mesmo caminho adotado em 2006, quando milhares de pessoas baixaram gratuitamente do site da Microsoft edições em inglês do Vista, ainda não completas.

Inicialmente, o Windows 7 foi anunciado como uma espécie de finalização do Windows Vista, embora a empresa não admita. Ou seja, seria a oferta dos recursos prometidos no Vista que não ficaram pontos a tempo, além de melhoras na performance —a maior crítica contra o sistema— e exigências de hardware.

Hoje, o Windows 7 já mostra que pretende ir mais além. A versão a ser oferecida para download já consegue mostrar mudanças significativas, embora nada ainda radicalmente diferente do Vista. A usabilidade e a performance, contudo, são os pontos fortes até agora.

Antes de preparar seu computador para a instalação, que tal conhecer o Windows 7?

Apesar de ser perceptivelmente mais leve do que o Vista, as exigências de hardware são as mesmas. Não espere muito com apenas 1 GB de RAM. Velocidade normal com 2 GB e uma experiência otimizada só a partir de 3 GB e placa de vídeo relativamente recente se quiser usar o visual translúcido (Aero), cada vez mais bonito.

Windows 7 tem novo kernel para ocupar menos espaço no HD

Há diversas alterações no Windows 7 invisíveis ao usuário. A principal delas é a implementação de um kernel “novo” (entre aspas mesmo), base de qualquer sistema operacional que controla todas as funções e dependências. Também é a principal causa de você sentir o Windows 7 (mesmo com bugs) mais leve e rápido do que o Vista.

Batizado de MinWin, a (“nova”) promessa da Microsoft para este kernel é reduzir consideravelmente o tamanho do “esqueleto” do Windows. O MinWin tem sido divulgado há bastante tempo e até faz parte de Windows anteriores, sem a empresa explicar exatamente as inovações.

A ousada promessa do MinWin no Windows 7 é enxugar totalmente o código que controla o sistema, deixando-o menos entulhado de funções inúteis que rodam nos bastidores, sugando recursos ociosos de processador, disco rígido e memória.

Até agora, contudo, o MinWin existe somente debaixo dos panos. O Windows 7 é quase tão gigantesco (e com serviços supérfluos) quanto o Vista, só que um pouco menos burro.

A Microsoft também prometeu algo parecido quando anunciou o Vista pela primeira vez, mas o resultado foi justamente o inverso. O Vista é, de longe, o sistema tecnicamente mais poluído lançado até hoje, ocupando 12 GB de espaço em disco e quase 600 MB de RAM apenas para a primeira inicialização, sem nenhum programa instalado ou funcionando.

O visual do Windows 7 segue o modelo Aero do Vista, com notáveis e agradáveis diferenças, ainda não finalizadas. A maior mudança é a adoção completa do visual introduzido pelo Office 2007. Em suma, o fim dos tradicionais menus e a inclusão de paletas superiores com as funções mais utilizadas pelo usuário.

Você ainda encontra o Internet Explorer 8.0 e o Windows Media Player 12, ambos também não finalizados, mas completamente estáveis. E uma versão bem primária do que virá a ser o DirectX 11 para os fãs de games.

As tradicionais atualizações de compatibilidade estão presentes no Windows 7, mesmo que em estágio preliminar, como edição de imagens e vídeos em alta resolução, com suporte ao Blu-Ray.

Por outro lado, tecnologias relativamente populares ainda não são abraçadas com afinco pelo Windows 7. O sistema ainda não é otimizado para uso em discos de estado sólido (SSD, de Solid State Drive) e, a exemplo do Vista, o usuário não sente na prática muita diferença no uso cotidiano de processadores com quatro núcleos, por exemplo.

Windows 7 traz barra de tarefas reformulada e interface diferente

É difícil resistir às pequenas novidades do Windows 7 em relação ao Vista. Aparentemente singelas, com o tempo parecem se tornar essenciais para quem se acostuma a elas. O lado negativo é ter que se acostumar, de novo, com mudanças na usabilidade básica do sistema —como o controle de pastas, da barra de ferramentas e do Windows Explorer.

A primeira grande mudança é a barra de tarefas, totalmente reformulada. Apelidada de SuperBar, já é centro de polêmicas por se assemelhar a um recurso anterior do concorrente MacOS. Para usuários exclusivos do Windows, contudo, é uma novidade bem recebida apesar de ter que abandonar vinte anos de um padrão já estabelecido.

A SuperBar consegue ser mais prática, porém, apenas depois de um certo treino e costume. Ela aproveita bem melhor o espaço de tela, alocando as janelas abertas e os programas a partir de seus ícones, que também podem ser personalizados. Você pode escolher quais programas podem ficar na barra de atalhos e no SuperBar, mas ela não substitui a barra de atalhos. Estes, por sinal, sumiram.

Tudo no Windows 7 tem a cara do novo Office, até mesmo utilitários simples como Paint e Wordpad. A tendência é haver ainda mais alterações no visual Aero até o lançamento da versão final do Windows 7, previsto para o início de 2010. Em contrapartida, ao menos até agora, o visual clássico do Windows foi deixado de lado, sem melhoras. Pelo contrário, o modo clássico é incompleto, com falhas gritantes.

O Menu Iniciar, por exemplo, não oferece mais a alternativa de ser revertido para o clássico. Várias alterações detalhistas podem ser encontradas por todo o Windows 7, basta observar bem. A SuperBar também não pode ser desativada. Ainda não há confirmação se haverá a opção de revertê-la para o modo clássico nas versões finais.

Pela primeira vez, o Windows oferece um utilitário de lembretes, as famosas sticky notes, para guardar anotações rápidas e recados na área de trabalho. Um verdadeiro presente para usuários leigos, já que agora ninguém precisa mais procurar programas na Internet para fazer o mesmo.

O Windows 7 também introduz o conceito de Homegroup. Logo na instalação, você tem a opção de conectar sua casa inteira (outros computadores e periféricos, como MP3 Player) ao Windows 7, para sincronia e transferência de dados. É uma rede doméstica mais fácil e intuitiva.

Também há novidades para usuários de Tablet PC, como o Windows Journal e o teclado flutuante, visto que uma das propostas do Windows 7 é se tornar atrativo para portáteis e dispositivos sensíveis ao toque. Vários templates (modelos prontos) são oferecidos no “caderno” para Tablet PC, como agenda de compromissos, calendário, anotações gerais etc.

Windows 7 promete carregar apenas serviços essenciais ao inicializar

Promessas e mais promessas. A exemplo do Vista, ainda há um temor generalizado de que o Windows 7 não consiga cumprir com todo o prometido pela Microsoft.

Ao menos um dos recursos já foi deixado de lado: o WinFS. Trata-se de um novo sistema de arquivos, para substituir o NTFS. O WinFS vinha como opcional nas primeiras versões beta do Vista, extremamente lento e problemático. Depois foi deixado de lado e prometido para o futuro. No Windows 7, até agora, sequer há uma prévia.

Uma série de mudanças no gerenciamento de serviços do Windows 7 já existe, mas ainda está longe de um bom aproveitamento pelos desenvolvedores.

Um dos principais calos na performance do Windows é a gama de serviços que funcionam nos bastidores, mesmo que o usuário não precise ou sequer tenha o hardware para o qual aquele serviço foi criado. A promessa é que o Windows 7, em sua versão final, carregue os serviços apenas quando houver a real demanda. Isso economiza em memória RAM e em recursos de processamento.

No atual estágio de testes, é possível perceber os serviços no modo “manual” (apenas para usuários avançados), mas eles ainda não se comunicam muito bem.

Dos atuais 10 GB de espaço em disco, espera-se que a instalação final caia para, pelo menos 8 GB. Muitos consideram 6 GB o “ideal” suportável, mas ainda não há definição clara da Microsoft neste sentido.

A previsão (momentânea) da Microsoft é concluir o Windows 7 até o final de 2009, com lançamento provável no início de 2010.

Instalação e compatibilidade do Windows 7

Fruto inicial do novo kernel MinWin ou conseqüência de ainda não ser um produto completo, o fato é que o Windows 7 ocupa 10 GB de espaço em disco, 2 GB a menos do que o Vista.

A Microsoft promete reduzir ainda mais o espaço ocupado pelo sistema, sobretudo por conta da popularização dos discos em estado sólido (SSD) que aos poucos ganham notoriedade em notebooks e portáteis.

Quem resolver instalar em casa deve seguir todas as conhecidas precauções. Evite usar o Windows 7 como sistema operacional primário, ou seja, se houver a opção, use um computador de testes antes de se decidir.

As versões piratas que circulam pela Internet possuem sérios problemas de compatibilidade, travando a instalação logo na tela de abertura ou durante a detectação de hardware em alguns computadores. A versão para o público, oficial da Microsoft, consegue diminuir bastante esse problema; mas ainda não soluciona 100% dos casos.

Infelizmente, os apressados precisam ter paciência. Instalar o Windows 7 demora tanto ou mais do que o Vista. Segue os mesmos preceitos e não há mistério. Você precisa gravar o arquivo ISO disponibilizado pela Microsoft em um DVD, usando qualquer programa de gravação, como o Nero.

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