Office 2010 para download gratuito em 32 e 64 bits

Instale e conheça o novo pacote da Microsoft. Novidades ainda são escassas, visual continua quase igual ao Office 2007 e as principais investidas são conter gargalos de memória e atacar concorrentes de softwares online (web apps) como Google Docs.

Paulo Rebêlo
Webinsider – 02.dez.2009

Pela primeira vez, a Microsoft vai oferecer o conjunto Office em versão nativa para a plataforma de 64 bits.

É a única novidade realmente interessante do pacote de escritório na versão 2010, disponível para qualquer pessoa fazer o download gratuito em versão de testes (beta) e instalar a qualquer momento. Ainda não há versão em português.

O arquivo para download tem cerca de 700 Mb e, após instalado, vai ocupar mais ou menos o mesmo espaço do Office 2007: entre 2 e 2.5 GB em disco. Os requisitos mínimos são os mesmos do pacote anterior e é possível instalar no XP, Vista e Win7.

Assim, você mesmo pode conferir as últimas novidades e comparar as mudanças com o atual Office 2007. Na versão de testes, ainda são poucas.

Não espere velocidade, tudo é bastante embrionário neste estágio. Até a abertura inicial dos programas ainda está mais lenta do que o Office 2007 – que por sua vez já é reconhecidamente mais lento que o Office 2003 no mesmo quesito.

A exemplo do Windows 7, as mudanças estéticas residem nos detalhes. É o caso do menu Arquivo (File) o qual, depois de muitas reclamações, volta a ser adotado. Ajuda bastante quem não se adaptou muito bem à interface do Office 2007 ou quem ainda não migrou. Os outros menus continuam invisíveis.

Na hora de fazer o download da versão beta – e também na hora de comprar nas lojas – você poderá escolher entre o Office de 32 ou 64 bits. Se você usa um XP, Vista ou Windows 7 de 64 bits, a escolha óbvia é o Office de 64 bits para não perder em gargalo de memória.

Para entender melhor a diferença e os recursos de plataforma 64 bits, sugerimos a leitura de outra reportagem nossa.

O Office 64 bits é uma demanda antiga e que, na prática, não vai fazer diferença alguma para 90% dos usuários. Para o restante, significa não ter mais limitações de memória (ex.: número máximo de células no Excel) e teoricamente ganhar em velocidade, já que o Windows 64 bits não precisa mais emular um ambiente 32 bits no código.

Em termos práticos, contudo, essa emulação que ocorre nos softwares tradicionais (32-bits) dentro de sistemas operacionais 64-bits não chega a tirar 10% da performance. A diferença só se torna gritante, mesmo, em volumes muito grande de dados – como é o caso de edição de imagens (Photoshop e o Lightroom 64 bits são fantásticos exemplos) e documentos, planilhas ou banco de dados gigantes.

Daí a maior vantagem de ter o Office 64 bits se você trabalha com documentos e dados muito grandes.

Além da inclusão da plataforma 64 bits no Office, a versão 2010 é mais uma tentativa (todas as anteriores foram frustradas até agora) de harmonizar sua vida de escritório offline com as ferramentas online da Microsoft, batizadas de Office Web Apps.

O conceito de Web Apps (lembre-se de Web Services) está presente há bastante tempo no mercado, mas nunca pegou direito para a Microsoft. Quem sabe agora?

Para quem não conhece o mundo dos aplicativos online, parece uma grande surpresa. Para quem já deu ao menos uma olhada no Google Docs ou no Zoho, por exemplo, o Office Online aparenta ser pesadão demais.

De todo modo, é possível usar o Office online de graça e, também gratuitamente, versões “light” do Office 2010. A Microsoft tem trabalhado com o sistema de propaganda (banners) dentro dos aplicativos, caso você não tenha a licença comercial do pacote. A parte boa é que a propaganda, ao menos até agora, é apenas interna: são banners mostrando os recursos da versão paga e convidando você a experimentar.

Enquanto pequenos defeitos foram remendados no Office 2010, outros grandes problemas continuam presentes. É o caso do Outlook 2010, repaginado, mas com os dois mesmos problemas graves da versão 2007: continua forçando uma tosca renderização de HTML em todos seus e-mails e ainda não aprendeu a lidar de modo satisfatório com o protocolo IMAP.

No caso do IMAP, vale lembrar que é uma reclamação antiga, vem desde o Outlook XP e, depois, Outlook 2003. Nunca foi resolvido. Piorou no Outlook 2007 e continua ruim no 2010 — ao menos até agora. Até o Outlook Express e o Windows Live Mail trabalham melhor com IMAP do que o Outlook do Office. Neste quesito, embora seja voltado para públicos bem diferentes, o Mozilla Thunderbird continua a ser o melhor cliente para gerenciar contas de e-mail em IMAP.

Para os gurus de palestras que não vivem sem PowerPoint, a versão 2010 permite editar diretamente do slide uma série de arquivos de vídeo e de imagens. Alguns recursos são realmente invejáveis até mesmo para softwares dedicados de edição em termos de simplicidade e uso.

Talvez um dos recursos mais solicitados pela comunidade Office, contudo, continua sendo ignorado pela Microsoft: a portabilidade do OneNote, ou seja, a possibilidade de rodar o aplicativo (ou até mesmo uma edição “light” dele) em mídias removíveis, como pendrive ou cartão de memória.

Apesar dos pesares, o OneNote 2010 continua excelente, embora muito longe da versatilidade da versão 2003 (a primeira e mais leve). Recursos demais, performance de menos. E sem portabilidade, algo essencial para uma ferramenta assim.

A previsão oficial de lançamento do Office 2010 nas lojas é junho de 2010.

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