The Budapest Sun – 09.nov.2006 ( link original ) I’ve already seen many dead bodies in my life. I’ve played pool with convicted murderers. I’ve seen a guy being stabbed in the chest right at my side. I’ve got drunk with pirated whisky and hot beer. The list of bad things I have seen is not short. But I have never before come so close to seeing heaven turn itself into hell as I did while covering the recent riots in downtown Budapest. Even though I’ve been living in the city for fewer than four months, and still feel a little like a lost foreigner, I felt ashamed seeing the places I had learned to like so much being transformed into a raging arena. I can’t stop wondering how the ordinary Hungarian felt after waking up the day after the Oct 23 riots and seeing his country so badly shaped on the front pages of newspapers and TV shows around the world. As for me, as weird and selfish as it might sound, I had to explain to my pals back in Brazil that the Budapest they were seeing on TV was the same “beautiful and peaceful Bp” I usually
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Polícia reprime protesto com bala de borracha; manifestantes jogam explosivos. Oposição conservadora boicota atos oficiais e insiste na renúncia do premiê socialista, que mentiu sobre as contas públicas. Paulo RebêloFolha de S. Paulo – 24.out.2006 [ link original ] A Hungria parou. Deveria ter sido um dia de festa e reflexão nas comemorações da Revolução de 1956, a revolta democrática e anti-soviética que ontem completou 50 anos. Mas, em vez de festa, os húngaros viveram um cenário de violência sem precedentes desde o dia em que a rebelião foi reprimida pelos tanques russos, duas semanas depois de começar. Jovens enfurecidos, policiais sem controle, bombas caseiras, gás lacrimogênio, balas de borracha atiradas a esmo, idosos desmaiados, crianças correndo desesperadas, adultos sangrando, dezenas de feridos. As ruas no centro de Budapeste viraram praça de guerra, sem distinção entre manifestantes pacíficos ou extremistas. Logo cedo, um incidente na Praça do Parlamento envolvendo manifestantes que acampam no local desde meados de setembro, quando começaram os protestos contra o governo do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, foi minimizado pela polícia. Durante o resto da manhã, famílias inteiras saíram de casa segurando a bandeira da Hungria, em protestos pacíficas contra o premiê do Partido Socialista (ex-comunista), que admitiu
Desencanto de hoje contrasta com anseios libertários da revolta anti-soviética. Oposição ao governo do PC reformado evoca fantasma do comunismo; aniversário será comemorado com 50 delegações estrangeiras. Paulo Rebêlo Folha de S. Paulo – 22.out.2006 [ link original ] BUDAPESTE – Nas últimas semanas, a Hungria saiu do anonimato recente para a primeira página de jornais mundo afora. Protestos, instabilidade econômica, críticas ferozes ao governo e a emergência de uma extrema-direita em um país que, ainda hoje, é considerado o mais socialmente estável do antigo bloco comunista europeu. Diante da crise, não demorou para que grupos políticos desenterrassem o fantasma do comunismo (que caiu em 1989) por meio de memórias da Revolução Húngara de 1956, cujo aniversário de 50 anos é celebrado amanhã. Para uma série de historiadores, a revolução foi o gatilho para a derrocada do império soviético. Ou, nas palavras do montenegrino e comunista dissidente Milovan Djilas, morto em 1995, “o início do fim do comunismo”. No final de outubro de 1956, milhares de estudantes e trabalhadores se rebelaram contra o domínio soviético e a falta de liberdades civis na Hungria. Os protestos duraram até o início de novembro, com a estátua de Josef Stálin derrubada em Budapeste.
Paulo Rebêlo Folha de S. Paulo – 01.out.2006 [ link original ] Deveria ser apenas mais uma eleição local, mas hoje todas as atenções da União Européia estão voltadas às urnas da Hungria, que vão mostrar quem será o prefeito de Budapeste durante os próximos quatro anos. Diante do atual momento de instabilidade política e econômica do país, o resultado do pleito significa muito mais para a UE do que a maioria dos húngaros imagina. O atual prefeito de Budapeste, Gábor Demszky, ocupa o cargo há 16 anos e concorre a mais um mandato -a reeleição ilimitada é permitida no país. Seu principal opositor é o “independente” István Tárlos, que tem apoio do Fidesz, partido da extrema-direita e principal opositor do atual governo. Ex-prefeito de um dos distritos de Budapeste, Tárlos promete endurecer a oposição aos representantes do governo no Parlamento. O discurso da oposição preocupa a UE, atenta às prometidas reformas econômicas que tardam cada vez mais na Hungria, um dos países com o maior déficit público do bloco e sem expectativas de adotar o euro, a moeda comum européia, antes de 2012. A Hungria faz parte da UE desde 2004. Nas duas últimas semanas, Budapeste tem enfrentado protestos
Aumento de preços e instabilidade irritam a população, mas ainda há expectativa de futuro melhor dentro do bloco. Com reformas empacadas e herança socialista, cobra-se por tudo -de sachê de catchup a fatia de pão- e ainda se espera ação estatal. Paulo Rebêlo Folha de S. Paulo – 24.set.2006 ( link original ) BUDAPESTE – Domingo, 13h. Restaurantes de culinária internacional estão lotados de turistas em quase toda a extensão da Andrássy Ut, a avenida mais famosa, cara e cosmopolita da capital húngara. Não à toa, ela é apelidada pelos estrangeiros de “Champs-Élysées de Budapeste”. Em pares ou pequenos grupos, indiferentes às violentas manifestações ocorridas em Budapeste na última semana, os turistas não vêem o tempo passar nesta parte da cidade de arquitetura neo-renascentista, que reúne numa única quadra restaurantes italiano e chinês, salão de beleza, banco, livraria, agência de viagens e museu. Na metade dos 2,5 km da Andrássy, um observador desavisado pode se perguntar se continua no mesmo país. No cruzamento do Oktogon, entre a Andrássy Ut e a Teréz Korút, há um tumulto numa das várias filiais do Burger King na cidade. O que de longe parecia mais um protesto não passava de um lugar lotado, com
Paulo Rebêlo Folha de S. Paulo – 22.set.2006 ( link original ) Num clima de pressão pela renúncia do primeiro-ministro Ferenc Gyurcsany, que mentiu sobre as contas públicas, uma das principais estações de trem no lado leste de Budapeste precisou ser evacuada no início da manhã de ontem, por causa de suspeitas de bomba. A polícia reabriu a estação depois que nenhum explosivo foi encontrado. Com a repressão policial intensificada nas últimas 48h, os protestos contra o governo diminuem de intensidade, dando lugar a um cenário que causa apreensão: ameaças de explosivos em locais públicos. Boatos e cartas anônimas têm levado a polícia a esvaziar edifícios e a adiar eventos. Em pontos da capital, cercas policiais bloqueiam a passagem de carros ou pedestres. O Partido Socialista (do premiê) acusa a direita conservadora (Fidesz) de promover e encorajar a violência nos protestos. Viktor Orban, principal nome do Fidesz e ex-premiê do país, respondeu em entrevista à TV estatal que as acusações “são infundadas, que apenas provam como o país está sem controle e sem governo”. O Fidesz tem rejeitado qualquer tentativa de negociar o fim da oposição ao governo, afirmando que “a atual administração tornou-se ilegítima após o primeiro-ministro admitir que