Paulo Rebêlo // agosto.2007 Não há nada mais ridículo do que a chamada síndrome da folha em branco. Pura enrolação, serve para preencher o tabelado espaço no jornal quando grandes escritores e consagrados cronistas ficam sem assunto – um eufemismo para preguiça ou ressaca do uísque falsificado de ontem. Então, escrevem sobre a falta de assunto até preencher os centímetros restantes.
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Paulo Rebêlo // agosto.2003 O trabalho que dá para empacotar, arrumar e transportar até a nova casa, ciente de que depois será preciso desempacotar e arrumar tudo novamente, faz pensar: por que não guardamos nossas coisas em caixas? Seria tão mais prático. Era só escrever: essa aqui é a roupa, aquela ali é a louça de luxo (pratos e copos descartáveis) e a caixa grande são os bagulhos gerais. O melhor de tudo é que é incrível como caixas de papelão se adaptam em qualquer ambiente. Deve ter algo a ver com o feng shui. O pior é descobrir que, em um apartamento minúsculo como aquele cafofo antigão, cabia três vezes mais bagulhos do que sempre imaginei. E depois de tanta papelada e trecos jogados fora, vem a dúvida: por que um lugar maior? Bendito financiamento. Em ocasiões assim, nunca se deve pedir conselho aos pais. O pai diz: meu filho, melhor resolver isso agora enquanto você é solteiro e ainda consegue financiar alguma coisa… e tem mais, um dia você pode casar e vai precisar de um quarto extra para seus filhos. Assim mesmo, filhos, no plural. A mãe completa: no dia que você casar (ela nunca usa o
Paulo Rebêlo // fevereiro.2003 Parte I – A Doutrina Tico-Tico no Fubá – Para a maioria das pessoas, o solteirismo convicto não é uma opção; é um resultado. E um resultado ruim, quase como um defeito. Há controvérsias, mas esse tipo de mentalidade parece ter muito mais força entre as mulheres. Existem vários tipos de solteiros. Os topa-tudo, os recatados, os komeketos, os fanfarrões, os blasés, os garanhões, os seletivos etc. E existem também os solteiros apóstolos: aqueles que pregam o solteirismo como uma filosofia de vida. Não importa se temporária ou perene, desde que seja uma filosofia de verdade enquanto dure. Sem duplo sentido.