Paulo Rebêlo — O sorriso sincero de uma mulher é uma experiência tão sublime quanto sua própria silhueta desnuda à meia luz e com vista para o mar. Porque o sorriso, quando de verdade, é uma expressão ímpar. Não é apenas a boca. São olhos, sobrancelhas, testa, ombros, todos em uníssona harmonia. E quando somos nós os responsáveis por arrancar um sorriso assim, é difícil não querer um segundo. É quase tão bom quanto aquela última porção de galinha à cabidela que o garçom escondeu para entregar quando você chega no bar e a cozinha já está fechada. Mestres do disfarce, talvez por isso elas achem que nós nunca sabemos quando estão rindo de mentirinha. Seja de uma piada sem graça ou de uma cantada sofrível e repetida ad infinitum. Embora a gente perceba tão pouco o universo feminino, há duas coisas que conseguimos diferenciar a quilômetros de distância: sorrisos sinceros e mentiras sinceras. O resto a gente não entende, não adianta comprar brincos novos ou mudar o penteado. A gente não precisa ser Roger Rabbit e tampouco elas parecem ter vocação para Jessica. Mas roda o mundo e giro pelo mundo, não consigo parar de questionar: por que os
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Conheci um portenho e ele disse: se você realmente vai até Ushuaia, experimente a centolla. É uma iguaria típica daquela região de Tierra del Fuego e ali é o melhor lugar do mundo para comê-la. Nunca ouvi falar em centolla. Achava que conhecia um pouco de mundo, mas cá estava eu sem fazer a menor idéia que bicho era aquele e onde eu poderia encontrá-lo. Tudo se tornou supérfluo. Porque agora eu só pensava na centolla.