O rádio estava ligado e alguém pediu para aumentar o volume. O locutor havia dado a notícia mais cedo e agora trazia mais detalhes. Naquela manhã de domingo de Carnaval, faleceu o Gato Garçom da Calabresa.
Tag: são paulo
Nos anos 90, fui cobrir uma palestra de um desses famosos gurus da publicidade. No final, trocamos umas ideias e ele me contou que estava muito impressionado com o Nordeste porque, durante um dos debates em João Pessoa, um paraibano entrou na discussão e tinha um grau de conhecimento quase tão bom quanto o dele.
Dia desses, paguei vinte reais por um sanduíche de queijo. Não foi em restaurante chique, foi numa barraca de praça, no meio da rua. Não fiquei rico, apenas não aprendi a deixar de ser jeca tatu. Li na internet sobre a fama do sanduíche e, como qualquer outro gordinho guloso e queijudo, eu não ia dormir em paz enquanto não fosse conhecer.
Paulo Rebêlo Diario de Pernambuco | 20.abr.2012 | link | email Três meses depois, o assunto desapareceu do noticiário. Mesmo assim, ainda hoje encontramos grupos de direitos humanos discutindo a desocupação das famílias em Pinheirinho pela polícia de São Paulo. De carona na discussão, há uma dúvida recorrente e de amplitude nacional: será que todas as pessoas que ficaram escandalizadas e foram às ruas e às redes sociais para protestar irão, mais uma vez, colocar no poder os mesmos responsáveis por aquela injustificável truculência com as famílias desabrigadas? Há centenas de Pinheirinhos, todos os dias, em todo o Brasil. Estão na falta de livros e professores nas escolas, no sucateamento dos hospitais públicos, na ausência de saneamento básico, segurança pública, infraestrutura e dignidade. Também protestamos contra tudo isso, é verdade. Curiosamente, meses depois colocamos no poder os mesmos responsáveis pelos mesmíssimos Pinheirinhos. A história política do Brasil nos comprova que somos frutos de gerações inteiras de eleitores bem cordiais. Com muita fé na humanidade e também nas promessas de campanhas que, vejamos bem, são exatamente iguais de norte a sul. Nas ruas e na internet, todos conclamam que os governantes deveriam ter vergonha do que aconteceu em Pinheirinho. Que deveriam ter
Paulo Rebêlo Terra Magazine * 19.abril.2011 Talvez uma meia dúzia dessas mulheres fantasmas eu nunca mais encontre na vida, sequer sei se ainda estão vivas diante de sumiços repentinos. Uma outra meia dúzia de fantasmas desapareceu conscientemente, por um motivo ou outro, cada uma com suas razões nem sempre racionais ou explicáveis. Ou simplesmente porque casaram e acham melhor evitar certos encontros. Em comum, a todas elas, é claro que gostaria de encontrá-las uma vez mais. Não para prosseguir com histórias de um passado tão distante, mas apenas para agradecer o quanto elas nos ensinaram, independentemente do tempo de convívio. Uma das fantasmas mais doces que conheci, decerto, desapareceu do mesmo jeito que surgiu – do nada, feito aparição – e assim instalou-se na minha memória até hoje. Ela era piloto em São Paulo, fato que achei exótico e curioso por si só. Tão linda a ponto de me deixar encabulado todas as vezes em que nos encontramos, fosse para tomar um café depois do expediente ou matar a fome nas padarias 24h da paulicéia desvairada. Por tantas vezes me peguei pensando por que ela perderia tempo, noites assim, com um barrigudinho que mal conhecera, que estava sempre de passagem e, ainda