Paulo Rebêlo Terra Magazine 18.maio.2011 Você olha para os lados e pergunta: como pode uma mulher linda, inteligente e interessante ficar tanto tempo solteira? Não é mistério, apenas a lógica bruta do séquito urbanóide das grandes cidades: quanto mais gente disponível, menos gente possível. Para muitos homens, as principais qualidades daquela mulher se transformam em defeitos. Porque ela é muito melhor do que você. E do que todas as outras mulheres que você conhece. E muitos homens, que até então se achavam inteligentes (por conta própria), começam a entender como são burrinhos quando tentam despertar o interesse de uma mulher assim. Quando mais jovem, eu costumava achar que essas mulheres lindas e sozinhas tivessem algum problema. Dos sérios. Talvez fossem muito chatas. Talvez muito loucas. Talvez muito convencidas. Porque nenhum homem, em sã consciência, deixaria de entrar na fila para conseguir um horário na agenda delas, nem que fosse para tomar umas cervejas no fim de semana. O problema é que essas poucas mulheres interessantes sempre têm mais a oferecer. E você, não. Elas sempre vão ter algo a mais para responder. E você, sequer sabe o quê perguntar. Elas continuam ali, do outro lado da rua. Lindas, batalhadoras, pagando
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A gente se preocupa demais em conquistar as mulheres. Sempre sob a doce ilusão de que somos nós os responsáveis por cativá-las o interesse. O difícil não é conquistar. Nem manter a continuidade da conquista. É exatamente o oposto: fazer com que elas percam o interesse na gente e tomem a decisão de ir embora por conta própria. Fica o desafio a quem quiser arriscar. Os homens tendem a achar que, quando se perde o interesse por alguém, basta ir ali comprar cigarro ou arrumar outra. Azar nosso e delas, pois a maioria das mulheres pensa diferente. Porque a feiúra é o ícone da paixão irracional. Se beleza não põe mesa, mas abre o apetite, para elas a fome é multifacetada. Quantos homens feios você conhece que estão com mulheres maravilhosas? Uma centena. Já fui um deles. E não sei explicar. Ninguém sabe. O olho de Thundera feminino vai muito além de personalidade ou inteligência. No auge da minha juventude e de uma vã filosofia de botequim, imaginei que se eu procurasse ficar muito feio, talvez tão feio quanto o Cegonha, eu voltaria a ficar solteiro sem o peso na consciência de acabar o relacionamento com uma moça linda, inteligente e que
Paulo Rebêlo // fev.2005 Todo homem passa por um estágio, ou chega nele, em que começa a ficar abusado de mulheres bonitas. Aos poucos, vamos perdendo a paciência com as neuras e complexos que parte dessas mulheres carregam escondidos. As mulheres têm uma perícia ímpar em disfarçar, como bem sabemos, mas nunca percebemos. No plano psicológico, porém, a situação é mais complicada porque um dia a gente nota. Às vezes, você conhece uma mulher linda e maravilhosa mas, com pouco tempo de convivência, ela começa a desflorar um pacote cheio de neuras: insegurança, cobrança, ciúme excessivo… É como se elas guardassem o pior para depois. Uma sobremesa invertida. Os homens não conseguem ter a mesma capacidade. Bem que gostaríamos, mas dentre tantas incapacidades que temos, uma é não conseguir esconder nada por muito tempo das mulheres. Uma mulher pode trair o marido durante anos a fio e a gente nunca descobre. Por outro lado, quando temos um caso ou uma aventura fixa, as mulheres descobrem logo, subjetivamente. Nem sempre elas falam e [quase] nunca admitem, mas sabem. Guardam para si. Nossos complexos ficam rapidamente à mostra. Um trauma de infância, uma frustração amorosa, um ceticismo qualquer, um jeito imaturo ou
manual prático para o galanteador pós-moderno do novo milênio Paulo Rebêlo // abril.2001 Todo ano as pessoas se olham no espelho e dizem para si mesmas: eu vou mudar. O contexto psicológico e desesperador na frase “eu vou mudar” é clamoroso o suficiente para fazer com que não queiramos entrar no mérito reflexivo da questão. Não posso falar em nome das mulheres, porém, no caso dos homens o “eu vou mudar” quase sempre significa o seguinte: este ano eu vou traçar o dobro de mulheres que papei no ano passado. Como o dobro de zero é zero, a situação permanece estagnantemente nula. Todavia, 2001 não é apenas um ano qualquer. É o primeiro ano do novo milênio e do novo século – tá certo, você não agüenta mais a ladainha de “novo milênio” e “novo século”. Nem eu, mas vou fazer o quê? Preciso agradar as esotéricas que, por sinal, têm um fogo… A fim de ajudar as almas masculinas em súplica, a revista IstoÉ publicou, em janeiro, o resultado de uma pesquisa de opinião sobre o que as mulheres mais gostam nos homens. Eis as características que elas mais apreciam nos seres humanos de duas cabeças, de acordo com