Sem palavras, talvez um pouco bêbado, quando uma mulher é interessante demais a ponto de a gente não saber o que falar. Ou a ponto de ficarmos a procura de qualquer coisa banal para perguntar, com medo que ela perceba que não somos tão interessantes o quanto elas são – ou o quanto elas pensam que somos.
Posts in "Crônicas"
Uma garrafa de maldade
Acho que a maldade no mundo piorou quando inventaram a cerveja long neck. Ela mudou o jeito que a gente encara a vida e as pessoas. Foi um processo paulatino. Fomos esquecendo a poesia que é dividir a cerveja com um desconhecido e deixamos de lado a arte de compartilhar a mesa.
A bola dos outros
Outro dia, vi duas crianças discutindo o futuro delas como profissionais. Uma queria ser desenhista, outra queria ser médica. Fiquei em choque. Quando eu era guri, queria ser jogador de futebol; igual à maioria dos meninos. Só queria jogar bola. Depois percebi que os meninos que jogavam bem tinham sempre mais atenção das meninas mais bonitas. Na rua, no colégio, na praia e até debaixo do viaduto.
Vernissage
Um amigo passou no bar e fez o convite: a filha queria nos convidar para uma vernisssage. Não entendi exatamente o que ele quis dizer, mas diante da felicidade e do orgulho paterno, prometi minha presença. O tempo passou e, na véspera, eu ainda não sabia para onde havia sido convidado.
As bonitinhas do Facebook
Graças a Mark Zuckerberg, descobri que muitas mulheres continuam tendo os mesmos sonhos de criança. Quando eu era guri, todos os meninos queriam ser jogador de futebol e todas as meninas queriam ser modelo. A gente nem chamava de modelo, era manequim.
Microscopia sociomaternal
Quanto mais a gente estuda, parece que menos a gente sabe sobre o mundo de verdade. Ou o mundo que interessa.
Budapeste, oito anos
O vovô boxeador que jogava pôquer bateu as botas. Eu já devia ter desconfiado, talvez por causa da demora em responder aos e-mails sobre minha provável visita para mais um churrasco de salsicha. Éramos apenas quatro, às vezes cinco. E ele sempre contava como aprendeu a jogar durante a Guerra da Coréia nos anos 50.
Crônicas de Réveillon (2015)
Elixir do emagrecimento As calcinhas de janeiro Projeto Calcinha Malhação Trepadeiras natalinas Encaixotando dezembro Perdão de pecador Matou papai noel e foi ao deserto Réveillon e as pombas da discórdia
Invista ou não insista
Não sei se vocês já repararam, mas a gente faz uma equação matemática termodinâmica nuclear da repimboca da parafuseta do Bóson de Higgs para tentar descobrir se é hora de acabar um relacionamento.
Nordeste is not a country
Nos anos 90, fui cobrir uma palestra de um desses famosos gurus da publicidade. No final, trocamos umas ideias e ele me contou que estava muito impressionado com o Nordeste porque, durante um dos debates em João Pessoa, um paraibano entrou na discussão e tinha um grau de conhecimento quase tão bom quanto o dele.
Leve a fofa para casa
Quando me dizem que preciso conhecer fulana porque ela é uma fofa, não sei se pulo bêbado no Rio Capibaribe ou se me afogo num mar de cerveja quente.
Largou a mulher e os filhos
Nem são as mais bonitas ou mais inteligentes que já conhecemos. São apenas a equação perfeita de tudo aquilo que admiramos, gostamos e esperamos. Só é uma pena que todo esse equilíbrio, quando a gente encontra, geralmente desequilibra nossa vida inteira.