Paulo Rebêlo Revista Backstage | ed. fevereiro.2008 Após um breve hiato longe da coluna, estamos de volta. E não voltamos sozinhos. A tiracolo, também voltaram novidades do mercado de música digital as quais, há muito tidas como mortas, parecem ter ressurgido de onde nunca deveriam ter saído. Morreram e esqueceram de enterrar. Vamos nos ater à bola da vez, o tal de QTrax, um dos maiores fiascos já presenciados neste mundano mundo virtual chamado internet. Nada a ver com Antrax, mas o veneno pegou de cheio a indústria e os usuários mais ingênuos que imaginaram estar de frente a uma novidade real ou, quem sabe, um produto diferenciado que poderia oferecer música de graça sem infringir lei alguma.
Categoria: Revistas
Paulo Rebêlo Revista Backstage – ed. dezembro/2007 Em nossa última coluna do ano aqui na Backstage, não há como fugir. A pirataria foi o assunto deste 2007 que se acaba e, sem dúvida, ainda vai dar muito pano para as mangas em 2008. De uma hora para outra, trocar arquivos pela Internet ou até mesmo emprestar um CD para um amigo tornou-se um mal, um aganhangá-tinhoso, um carcará carcamano da indústria, uma atitude cruel por colocar dinheiro na mão de traficantes. Pequenas atitudes como fazer cópia de um CD que você comprou na loja, podem, em certos casos, ser enquadradas como pirataria aos olhos da lei. E aos olhos da indústria, seria você um criminoso que, além de piratear, ainda por cima alimenta o tráfico de drogas? Em parceria com o Universo Online por meio de uma série de reportagens sobre pirataria feita por este escriba, vamos conhecer a opinião de dois advogados especializados no setor sobre pequenas atitudes de usuários e consumidores em relação à pirataria fonográfica.
Paulo Rebêlo Revista Backstage – ed. novembro/2007 A bola da vez é a banda Radiohead, que no mês passado resolveu oferecer o novo álbum – após um hiato de quatro anos – na internet com uma proposta comercial bem diferente. Você paga apenas o que achar justo pelo download das músicas. Se não quiser pagar nada, ótimo, não pague. Será cobrada apenas uma taxa simbólica (menos de R$ 2, já convertidos) pela operação. O guitarrista do Radiohead, Johnny Greenwood, aproveita e eventualmente atualiza um blog sobre a banda e sobre o novo disco, “In Rainbows”, enquanto se prepara para lançar um projeto experimental nos Estados Unidos, de música orquestrada, chamado de Popcorn Superhet Receiver. A previsão de estréia é para janeiro de 2008.
Paulo Rebêlo Revista Backstage – ed. outubro/2007 5.430 caracteres Estamos cansados de ler sobre a tal ‘revolução’ causada por este formato de música digital tão fácil de manusear e arquivar no computador, o tal do MP3. E é engraçado como todo mês há uma nova revolução no pedaço. Seja blog, orkut, fotolog, internet sem fio, celular com filmadora e assim por diante. Mais engraçado ainda é notar como os deuses do capitalismo adoram o termo ‘revolução’ na hora de vender mais produtos, nem sempre devidamente testados e certificados. Freud não explica. Talvez o Lênin…
Paulo Rebêlo Revista Carta Capital ed. 456 – 03.agosto.2007 * fotos: João Carlos Mazella Arquibancadas cheias, sol a pino e forte expectativa, enquanto atletas e técnicos entram no circuito e fazem uma volta de reconhecimento. Os pilotos enfileiram-se no grid de largada. O sinal ainda está vermelho e o bandeirinha chama a atenção para um distraído encostado na grade de proteção. Favoritos este ano, os atletas Thiago Pereira e Jade Barbosa parecem imunes à algazarra do lado de fora do circuito. A calma talvez seja um reflexo dos anos de treinamento em simulações e circuitos improvisados. É dada a largada. Em duas voltas completas, pilotos engalfinham-se, batem na proteção da pista e alguns chegam a perder o capacete, mas sem colocar em risco a integridade física dos atletas. Após as duas voltas oficiais, do alto da minitorre o comentarista Galão Bueno anuncia o vencedor Thiago Pereira no masculino, com a incrível marca de 40s66. Logo em seguida vem o atleta Diego Hypólito, com 44s81. No feminino, a grande campeã é mesmo Jade Barbosa, com 51s35, seguida das atletas Adrianinha (56s97) e Maria Bonita (1min04s36). Thiago Pereira, Diego Hypólito, Jade Barbosa, Adrianinha… seriam apenas nomes conhecidos dos Jogos Pan-Americanos, mas aqui são aves
Paulo Rebêlo Revista Carta Capital Ed. 454 – 25.julho.2007 Aos olhos de um Brasil que desconhece o Brasil, a descrição de Isabel Marques da Silva se parece com a descrição de uma típica mulher do sertão nordestino. Aos 84 anos, é alcoólatra, fumante compulsiva, tem as marcas do trabalho pesado nos pés, carrega no rosto os profundos vincos formados por anos de exposição ao sol forte, criou-se e formou-se com a enxada na mão. Seus dias parecem se resumir a apreciar, à soleira da porta, a mesma paisagem seca que a acompanha há décadas, olhar as mesmas pessoas que passam por aquele distante pedaço de terra quase perdido na fazenda Santa Catarina, uma região permeada de rochas gigantes a 20 quilômetros de Monteiro, sudoeste da Paraíba. Isabel, a Zabé da Loca, é sem dúvida uma sertaneja, mas de comum tem apenas a aparência. Porque para um Brasil que desconhece o Brasil, pouco adianta dizer que ela é a rainha do pife, esse instrumento rústico de som agudo, uma flauta com nove orifícios que se assemelha ao oboé italiano, feito a partir de vários materiais. Entre os pifes utilizados por Zabé em quase oito décadas de dedicação, é possível encontrar até