Paulo Rebêlo NE10 | 13.maio.2010 | link A senhora minha mãe que me perdoe, mas no Dia das Mães o meu saudosismo maior não é direcionado a ela. O que realmente me tira o sono é tentar descobrir o que se passa na cabeça das mães solteiras quando elas são bombardeadas pelos outdoors com famílias de novela, assim, nesse mundo perfeito da propaganda onde todos os homens são fiéis e todas as crianças são felizes. Talvez seja esse o maior charme das mães solteiras: elas são as únicas mulheres que realmente conseguem separar ficção da realidade. Mas, com toda a apelação comemorativa do dia, será que elas sentem mais saudades do ex-marido do que nos outros dias? Será que elas se arrependem ou se orgulham de ter tomado a decisão de ir (ou deixar ir) embora e criar os filhos sozinhas? Em momentos assim, me pergunto se elas realmente compreendem que são muito mais mulheres do que as outras mulheres? Quando olho para a fila de espera nos restaurantes e nos shoppings no Dia das Mães, quase não vejo homens. Estão as mães, avós, filhas, netas, sobrinhas, todas reunidas naquele almoço ou jantar, mas geralmente só aparece um tio e