Cogolhos de Tudela

Dia desses, paguei vinte reais por um sanduíche de queijo. Não foi em restaurante chique, foi numa barraca de praça, no meio da rua. Não fiquei rico, apenas não aprendi a deixar de ser jeca tatu. Li na internet sobre a fama do sanduíche e, como qualquer outro gordinho guloso e queijudo, eu não ia dormir em paz enquanto não fosse conhecer.

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A liberdade é salmão. Com feijão.

Se eu gosto de salmão e gosto de feijão, por que não posso misturar os dois no self-service e adicionar farofa e azeite, sem que todos da fila fiquem olhando para o meu prato? Ou para mim, como se fosse um selvagem recém-chegado da Guerra Soviético-Finlandesa. Não é porque não sabemos cozinhar que não sabemos comer direito. Você se sente um peixe fora d’água já na fila, quando todas as pessoas colocam folhas e outros matos florestais no prato e, no seu, tem apenas um enorme espaço em branco à espera do feijão e do macarrão. Misturados. Quando eu era criança, alguém falou que feijão misturava com arroz, nunca com macarrão. Quando descobri que feijão e macarrão nasceram um para o outro no meu mundo gastronômico perfeito, adicionei vinagrete e alcancei o nirvana. Se vou a um restaurante bacana, termino pagando caro para não comer aquilo que quero comer. Porque cozinheiro não é mais cozinheiro, agora é artista, celebridade, brodagem, personagem de revista grã-finagem. E ele não deixa a gente mexer na arte dele e misturar salmão com feijão. Tem que ser no vapor com legumes coloridinhos ou arroz com mato sem cachorro. Não, eu quero meu salmão com feijão,

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Dezembro nos anos dos outros é refresco

Paulo Rebêlo // dezembro.2004 Dezembro é o mais chato dos meses. Talvez por ser o último do ano, funciona como uma viagem de férias ou uma trilha na mata: a volta parece sempre levar mais tempo do que a ida. Ficamos ansiosos para chegar não apenas ao fim, mas sobretudo ao enfim. Mas, dezembro também é um mês de verdades e questionamentos. É quando indagamos, por exemplo, para que diachos serve o 13º salário? Tudo fica mais caro, mais difícil, as filas são maiores, os bares mais lotados e todos cobram presentes. A quantidade de caixinhas-de-natal espalhadas pela cidade é absurda. Para onde batemos o olho, tem caixinha-de-natal olhando para a gente.

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