Budapeste, oito anos

O vovô boxeador que jogava pôquer bateu as botas. Eu já devia ter desconfiado, talvez por causa da demora em responder aos e-mails sobre minha provável visita para mais um churrasco de salsicha. Éramos apenas quatro, às vezes cinco. E ele sempre contava como aprendeu a jogar durante a Guerra da Coréia nos anos 50.

leia mais

Pôquer de um homem só

Se o homem nasce só e morre só – como pregava Aristóteles – então por que as pessoas vivem com medo de viver só? Todo santo dia a gente escuta os homens reclamando que não aguentam mais as esposas e as mulheres que não encontram mais maridos. Enquanto uns têm de medo de largar o osso, outros esquecem de viver porque passam a vida inteira esperando o osso sagrado cair do céu. Em ocasiões assim, sempre imagino Aristóteles, Nietzsche e Milan Kundera numa mesa de pôquer do além. Queria ser apenas o dealer. Distribuo as cartas e recolho os argumentos em forma de apostas. Ou apostas em forma de argumentos. A aposta é simples: de Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) a Kundera (1929 – ), quem é capaz de encontrar alguém que viva a vida sem querer encontrar outro alguém para não ficar sozinho no mundo? Porque quando sete bilhões de pessoas no planeta nascem programadas para viver em função desta única busca durante toda sua existência, talvez seja a hora de pedir parada, pagar a conta e se enforcar com o fio dental. Dobremos a aposta. De Aristóteles para cá, se durante todo esse tempo a vida inteira das pessoas se resume

leia mais

Uma mesa de pôquer

Paulo Rebêlo // março.2007 Por um motivo alheio à razão de quem joga, pôquer é um jogo que encanta os homens rapidamente e, na mesma proporção, não exerce a mesma influência nas mulheres. Tem gente que tenta procurar a relação do pôquer com futebol ou automóvel, até agora sem sucesso, para explicar o fenômeno. O irônico é que, das poucas mulheres que conheço adeptas de pôquer, todas jogam bem.

leia mais

Réveillon e as pombas da discórdia

Enquanto o natal exerce o dom de evidenciar o que há de mais hipócrita, demagogo e às vezes incrivelmente falso nas pessoas, a virada de ano parece ter um poder inversamente proporcional. Chega a ser estranho ver algumas pessoas bebendo tanto, após um ano inteiro de sobriedade. É como se o réveillon gerasse um efeito similar ao que ocorre nas mulheres durante as festas de formatura (delas) ou antes de casar: tomam todas até cair, como se o dia de amanhã fosse trazer uma iluminação dos céus. No entanto, engana-se quem pensa que a bebedeira descontrolada do ano-novo atinge apenas os leigos. Não é incomum ver profissionais papudinhos caindo na mesma armadilha. Justamente por isso, diferentes histórias de réveillon possuem um contexto bem similar. Sempre há bebedeira e constrangimentos. Três causos ilustram bem a semelhança etílica desta época do ano. Veremos uma por dia, até 1 de janeiro.

leia mais

Site Footer

Sliding Sidebar

Arquivão