manual prático para o galanteador pós-moderno do novo milênio Paulo Rebêlo // abril.2001 Todo ano as pessoas se olham no espelho e dizem para si mesmas: eu vou mudar. O contexto psicológico e desesperador na frase “eu vou mudar” é clamoroso o suficiente para fazer com que não queiramos entrar no mérito reflexivo da questão. Não posso falar em nome das mulheres, porém, no caso dos homens o “eu vou mudar” quase sempre significa o seguinte: este ano eu vou traçar o dobro de mulheres que papei no ano passado. Como o dobro de zero é zero, a situação permanece estagnantemente nula. Todavia, 2001 não é apenas um ano qualquer. É o primeiro ano do novo milênio e do novo século – tá certo, você não agüenta mais a ladainha de “novo milênio” e “novo século”. Nem eu, mas vou fazer o quê? Preciso agradar as esotéricas que, por sinal, têm um fogo… A fim de ajudar as almas masculinas em súplica, a revista IstoÉ publicou, em janeiro, o resultado de uma pesquisa de opinião sobre o que as mulheres mais gostam nos homens. Eis as características que elas mais apreciam nos seres humanos de duas cabeças, de acordo com
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Paulo Rebêlo // março.2002 Quando foi a última vez que você convidou alguém do sexo oposto para ir ao cinema? Não vale namorada/noiva/esposa, amizades coloridas ou parente. Até porque, sabemos todos, parente é serpente. Nunca anunciei nada em classificados de jornal; mas se um dia eu houvesse de pagar por um anúncio, seria mais ou menos assim: “Procura-se: companhia para ir ao cinema, sem compromissos, mas…” Mas, na eventualidade de tal companhia ser atraente e, de quebra, puder ser simpática e inteligente, fica difícil não pensar em um after hours. Nada que uma seqüência de pensamentos insanos não resolvam: a Marlene Mattos nua ou a Hebe só de calcinha, por exemplo. Explica-se: não há duvidas de que existam pessoas do sexo oposto que conseguem se convidar para o cinema sem pintar um certo clima de te(n)são. Também é fato que existem pessoas que gostam de ir ao cinema sozinhas.
Paulo Rebêlo // dezembro.2000 PARA OS HOMENS – Todo mundo já viu propaganda na TV sobre aparelhos auditivos para surdos, aqueles cotocos grudados na orelha. Por que não ainda inventaram um aparelho auditivo para não-surdos, ou seja, para quem consegue ouvir muito bem? A razão social do aparelho seria outra, é claro. Sabe quando você sai com alguém do sexo oposto para jantar, por exemplo, e a supra-citada passa a noite inteira fazendo seu ouvido de pinico? Ela começa a falar do momento em que coloca os pés no carro até a hora em que se despede e vai pra casa. Se brincar, ela não pára de falar nem na hora do papai e mamãe.
Paulo Rebêlo // dezembro.2000 Todo ano a humanidade se depara com uma avalanche de invenções. Algumas inusitadas, outras ridículas. Como 2001 é o novo milênio, esperamos que de forma paulatina a ciência olhe com mais atenção à plebe que não tem condições de gastar fortunas para comprar as novidades tecnológicas lançadas no mercado. Entre invenções inusitadas e ridículas, às vezes termina saindo algo útil e acessível à massa da sociedade. Leia-se: a ralé, nós. Assim, podemos imaginar inventos excelentes que seriam muito bem-vindos.
na visão de um socialmente sóbrio Paulo Rebêlo // junho.2000 Você certamente já ouviu a expressão “conversa de bêbado”. Afinal de contas, o que diachos viria a ser uma conversa de bêbado? Dizem que poderia ser qualquer gênero de conversa, partindo da premissa em que os interlocutores estejam embriagados, a ponto de ninguém poder acender um fósforo por perto. Ou, simplesmente, qualquer diálogo sem “pé nem cabeça”. Seria difícil pedir a um bêbado a definição sobre sua própria conversa. Até mesmo porque bêbado não é bêbado: ele bebe socialmente, como todo mundo. Talvez seja essa a causa que faça os avinhados socializarem melhor do que quem não bebe. Em minhas momentâneas passagens sóbrias, passei a acreditar que o bêbado integra uma das facções menos anti-sociais existentes. Ou mais socializáveis, como queira.