Uma sinopse bem realista do filme Oppenheimer (2023) cabe numa frase bem curta: são três horas de dramatização da estupidez humana. Quando os militares ou agentes políticos entram em cena, os diálogos são tão estúpidos que parece ficção. O único problema é que é tudo verdade. Estamos falando da quinta-essência da burrice, do suprassumo da ignorância.
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Depois de 15 anos em jornais, revistas e colunas na internet, o livro com as Crônicas Hipopocaranga é lançado pela loja Kindle Brasil da Amazon. 100 amores é uma coletânea com as melhores crônicas publicadas entre 2003 e 2013, reeditadas e escolhidas de acordo com o interesse e a repercussão dos leitores nestes últimos dez anos. O livro é compatível com todos os dispositivos de leitura: Kindle, Kobo, Nook, iPad, iPhone, PC, Mac, Android e qualquer aparelho que tenha uma tela e um botão de liga/desliga. E o melhor de tudo: custa menos que um McLanche Feliz. — Formato: Kindle (.mobi) Editora: Paradox Zero Idioma: Português 1a. edição, 200 páginas ASIN: B00D2Z3A34 Preço: R$ 6,65 — Compre aqui.
Paulo Rebêlo NE10 | 03.junho.2012 | link Sobrevivi a dez anos sem televisão em casa. Não foi protesto contra a qualidade da programação, muito menos um rompante intelectualóide. Foi apenas falta de tempo e de vontade para usufruir da companhia daquela caixa barulhenta de 14 polegadas cuja antena parecia uma fábrica de bombril. Muita gente diz que morar sozinho sem televisão é deprimente e solitário. Sempre achei uma noção curiosa, pois nada me deixa mais aliviado do que chegar em casa e ouvir apenas o ronco do motor da geladeira velha e o tilintar do gelo quando a gente derrama aquele resto de uísque ruim que nunca acaba. Foram dez anos muito bons. E, para minha surpresa, sem nenhuma ponta de solidão. No início, foi difícil. A mim, a TV nunca fez muita falta de verdade. Mas sempre foi uma desculpa conveniente para as visitas. Um trunfo auxiliado pelo Corujão e pela Sessão de Gala naquelas madrugadas mais longas quando as moças não querem voltar para a casa delas. Sem a TV de argumento, o jeito é ficar na varanda com dois copos e dois ouvidos, pois não tardava a ouvir os conflitos existenciais dessas pequenas burguesas preocupadas com o
Paulo Rebêlo // Terra Magazine Meu ícone máximo de romantismo sempre foi o casal que divide livros na cabeceira da cama. De pijamão, luminárias de cada lado, folheando as páginas até o sono chegar. Intermitentes, elas coçam nosso bucho peludo e nós a cutucamos com o pé ao escutar o primeiro ronco delas. Claro que já tentamos imitar a bucólica cena. E claro que nunca funcionou. Bons livros devem ser tratados como bons filmes. Você até pode interromper, desde que seja algo importante. E nada é tão importante a ponto de interromper mais de uma vez. Ou duas, se for o apocalipse. Veja bem, quando estamos lendo, não queremos saber o que você está lendo. Conte depois. Na hora do almoço, no bar, amanhã quando acordar. Em qualquer outro horário. Não pergunte se estamos com fome ou sede. Agradecemos o carinho e a ternura, mas é uma questão cartesiana: se a gente tem sede, a gente bebe. Se temos fome, vamos até a cozinha e voltamos com uma bolacha ou um pedaço de bife entre os dentes. Às vezes, rosnando. Por tabela, é justo presumir que, se estamos deitados tentando ler, não estamos com fome e nem com sede. Temos muito interesse no
Obra clássica de Machado de Assis é vertida de 176 páginas para uma adaptação apressada de 40 páginas ilustradas Paulo Rebêlo Diario de Pernambuco 29.março.2009 A obra em si mesma é tudo, resume o defunto Brás Cubas. É uma desnecessária tentativa em explicar o motivo de relatar, diretamente do além, suas memórias póstumas – sem cortes e sem pudores. Ao lançar a adaptação em quadrinhos do livro Memórias Póstumas de Brás Cubas, a editora Escala Educacional não imaginava que um dos personagens mais interessantes da literatura brasileira continuaria a causar polêmica no além-vida, tantos anos depois. Espanto similar ao causado entre críticos literários em 1880, quando esta obra clássica de Machado de Assis foi publicada no formato de folhetim, em capítulos, ganhando corpo de livro no ano seguinte. Título mais recente da coleção Literatura Brasileira em Quadrinhos, o gibi de Brás Cubas resume as 176 páginas de Machado de Assis em uma adaptação apressada de 40 páginas ilustradas. E desencadeou discussão polêmica, embora saudável, sobre os limites de “popularizar” a literatura brasileira em quadrinhos, uma tentativa declarada (e talvez justa) de atrair adolescentes que, supostamente, perderam interesse nos originais. Na internet, ainda antes do lançamento oficial pela editora Escala, em
Projeto Livros Andantes iniciado domingo em Amaraji, transforma cesto de equino em biblioteca-móvel para incentivar o hábito da leitura Paulo Rebêlo (texto/fotos) Diario de Pernambuco 17.março.2009 Amaraji – Aos 19 anos, Riana Mércia sonha em entrar para a faculdade de Pedagogia, uma realidade aparentemente distante para a maioria dos seus colegas no povoado de Estivas, na zona rural de Amaraji, a 92 km do Recife. Enquanto o vestibular de julho não chega, ela ajuda outros a sonhar. Desde domingo (15), Riana é peça fundamental de um curioso projeto chamado Livros Andantes. Pendurados no caçuá de um burrinho transformado em biblioteca-móvel, cerca de 100 livros ficam disponíveis para dramatização e empréstimo. Basta deixar o nome e devolver no domingo seguinte. Riana Mércia não é autora da idéia, mal conhece os coordenadores do projeto, mas é uma das professoras da Escola Conceição Barbosa Lima e Silva, antes conhecida como Escola 1º de Agosto. A mesma onde terminou seu ensino básico e fundamental. Hoje, com o apoio da biblioteca-móvel, ela ganha um aliado para incentivar o hábito de leitura em crianças como Raiane, Fabiana, Tiago, Enderson, Edvânia, Rose, Avani e Débora. “O pessoal aqui não gosta muito de ler, mas as crianças na