Eis um nome de um novo pseudo-blog que entra no ar oficialmente hoje. O Notícias Rebolantes faz parte de um projeto maior de análise de mídia e comunicação, mas que nos primeiros meses ficará restrito ao esquema de blog, com comentários dos leitores. Sempre com bom humor e uma pequena dose de pimenta, a idéia é levar ao leitor um pouco mais sobre a notícia factual que pode ser lida em jornais no Brasil e no exterior. O foco é sempre na informação, não na notícia propriamente dita. Ao mesmo tempo, o Notícias Rebolantes serve como um filtro para quem não tem tempo de ler vários jornais todos os dias e, no final de semana, precisa de assuntos interessantes para comentar na mesa de bar. Visite, comente e mande sua colaboração.
Tag: imprensa
A alça do vestido de Camila Pitanga cai e os portais voaram em cima antes de todo mundo. A foto se espalhou na capa dos principais sites brasileiros, exemplo da imagem abaixo do UOL de sexta-feira, 15 de junho. No dia seguinte, sábado, vários jornais brasileiros chegaram com a mesma imagem na primeira página. A diferença entre os jornais foi apenas o tamanho da pitanga, ou melhor, da imagem. Muita gente se pergunta se há necessidade de publicar uma imagem tão explícita na primeira página dos jornais e nas capas dos portais. Debates à parte, jornal não ia perder a oportunidade de estampar tamanho chamariz na primera página, ainda por cima no final de semana. Foi um incidente (o fato de a alça cair, claro) durante a SP Fashion Week e, como regra básica do fotojornalismo, fotos inusitadas são as que chamam mais atenção. Neste quesito, a Folha de S. Paulo é um dos jornais que mais adere à publicação de fotos estranhas/inusitadas na capa. Não à toa, no sábado a Folha publicou uma imagem menor da Camila, mas destacou bastante a pitanga. A Folha de Pernambuco foi mais além e tacou uma pitanga gigante. O Diário de Pernambuco ignorou
A capa que revoltou os pernambucanos torcedores do Sport é, diga-se de passagem, um primor do jornalismo esportivo. Para o torcedor, é compreensível que o deboche mexa com os brios e com o regionalismo que só aparece em causas de pouca importância na região. A comentada capa saiu na segunda-feira, 11 de junho, um dia após o time pernambucano perder – de novo – para um time carioca. Os animadores de festa não gostaram. Dirigentes ameaçaram processar o jornal e o editor de Esportes. Os torcedores do Santa Cruz e do Náutico acharam a maior graça. Fato é que a capa está engraçada e não falta com a verdade. A campanha do Sport tem sido deprimente e só fez animar a festa dos cariocas. Reclamaram que se o time em questão não fosse nordestino, o Globo nunca teria publicado uma capa dessas. Poderia ser um argumento plausível – o eterno preconceito contra os nordestinos – mas é apenas mais uma manifestação da síndrome de vira-lata que Nelson Rodrigues eternizou. O Globo publica diversas capas do mesmo estilo, inclusive, com os próprios times cariocas. Não é todo dia que o mesmo time é a mãe para o gol mil de Romário
Paulo Rebêlo (email) Observatório da Imprensa – 22.maio.2007 – link original Não foram apenas políticos e empresários que tiveram a carne cortada pela Operação Navalha, da Polícia Federal. No Nordeste, a maioria dos jornalistas empregados em redação pouco ou nada pôde fazer para contornar a censura, declarada e explícita, dos donos de jornais. Como bem escreveu Ivan Moraes Filho neste Observatório [“O fato, a notícia e o pedigree”), jornais nordestinos publicaram pequenas matérias sem citar nomes dos políticos e empresários presos.
Paulo Rebêlo Observatório da Imprensa, 10.out.2006 ( link original ) seção Formação Profissional No Brasil, uma das (várias) ervas daninhas do jornalismo é a cultura da mediocridade que parece acentuar-se cada vez mais nas redações. Um corporativismo não-sadio que gera uma situação deprimente para quem atualmente cursa Jornalismo na universidade ou para os recém-formados que não encontram emprego. Jornalistas que não querem se aprimorar como profissionais, que só fazem o feijão-com-arroz, ocupam o lugar de tantas outras pessoas que poderiam fazer um trabalho melhor e, com isso, aquecer toda uma cadeia de produção jornalística: incentivando colegas, conquistando mais leitores, vendendo mais jornal e deixando o dono mais rico. Não é o que eles querem, afinal? É um consenso mundial de que não existe desenvolvimento sem educação. De igual modo, é impossível esperar jornalismo de qualidade sem jornalistas de qualidade – não necessariamente bem preparados por natureza, mas dispostos a tal. Contudo, assim como a história do Brasil sempre deixou de lado a educação, a história do jornalismo brasileiro parece seguir o mesmo caminho e, diante de “atuais conjunturas econômicas e de mercado”, esquece a qualidade do material que apresenta aos leitores – e depois reclama pomposamente, nos congressos internacionais, que