Paulo Rebêlo NE10 | 03.junho.2012 | link Sobrevivi a dez anos sem televisão em casa. Não foi protesto contra a qualidade da programação, muito menos um rompante intelectualóide. Foi apenas falta de tempo e de vontade para usufruir da companhia daquela caixa barulhenta de 14 polegadas cuja antena parecia uma fábrica de bombril. Muita gente diz que morar sozinho sem televisão é deprimente e solitário. Sempre achei uma noção curiosa, pois nada me deixa mais aliviado do que chegar em casa e ouvir apenas o ronco do motor da geladeira velha e o tilintar do gelo quando a gente derrama aquele resto de uísque ruim que nunca acaba. Foram dez anos muito bons. E, para minha surpresa, sem nenhuma ponta de solidão. No início, foi difícil. A mim, a TV nunca fez muita falta de verdade. Mas sempre foi uma desculpa conveniente para as visitas. Um trunfo auxiliado pelo Corujão e pela Sessão de Gala naquelas madrugadas mais longas quando as moças não querem voltar para a casa delas. Sem a TV de argumento, o jeito é ficar na varanda com dois copos e dois ouvidos, pois não tardava a ouvir os conflitos existenciais dessas pequenas burguesas preocupadas com o
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Paulo Rebêlo Terra Magazine * 18.janeiro.2011 Sempre que tragédias ocorrem, como essa reprise de novela da Globo por qual passa o Rio de Janeiro com as chuvas, é comum a gente pensar nos entes queridos e em famílias inteiras que morreram. Talvez pela ausência de religião ou de sensibilidade, ou ambos, sempre me pego pensando é nas pessoas que se foram sem ter morrido. De gente que saiu da sua vida, embora continuem vivos, mesmo sem saber como e onde. Não precisa nem ser tiozinho careca e buchudo, mas até entre os mais jovens deve haver uma infinidade de pessoas interessantes e paixões perdidas que ficaram pelo caminho sem nos darmos conta. Você conhece alguém (finalmente!) interessante de verdade e em pouco tempo se tornam amigos ou amantes, mas em tempo ainda mais curto cada um segue o seu caminho e, numa época quando nunca foi tão fácil se comunicar e mandar mensagem 24h por dia, a gente só sabe se ela casou ou trocou de cidade quando muda o status do Facebook. Pelo menos eles estão vivos, será? E as pessoas e paixões que não temos notícias há anos, por onde andam? Será que nenhum deles se foi com
É uma daquelas reportagens que a gente guarda com orgulho. Por ser um eterno aprendizado até hoje. Foi bom rever Josivane, Pitó e Zabé da Loca na reportagem do Globo Rural exibida no dia 10 de outubro. Agradeço @claudiagiane por avisar pelo twitter. Aos 86 anos, Zabé da Loca continua firme e forte em sua casinha nos arredores de Monteiro, Sertão (cariri) da Paraíba. Se você quer conhecer um pouco mais da história da Rainha do Pífano, leia a matéria que publiquei em julho de 2007 na Revista Carta Capital.