Pôquer de um homem só

Se o homem nasce só e morre só – como pregava Aristóteles – então por que as pessoas vivem com medo de viver só? Todo santo dia a gente escuta os homens reclamando que não aguentam mais as esposas e as mulheres que não encontram mais maridos. Enquanto uns têm de medo de largar o osso, outros esquecem de viver porque passam a vida inteira esperando o osso sagrado cair do céu. Em ocasiões assim, sempre imagino Aristóteles, Nietzsche e Milan Kundera numa mesa de pôquer do além. Queria ser apenas o dealer. Distribuo as cartas e recolho os argumentos em forma de apostas. Ou apostas em forma de argumentos. A aposta é simples: de Aristóteles (384 a.C – 322 a.C) a Kundera (1929 – ), quem é capaz de encontrar alguém que viva a vida sem querer encontrar outro alguém para não ficar sozinho no mundo? Porque quando sete bilhões de pessoas no planeta nascem programadas para viver em função desta única busca durante toda sua existência, talvez seja a hora de pedir parada, pagar a conta e se enforcar com o fio dental. Dobremos a aposta. De Aristóteles para cá, se durante todo esse tempo a vida inteira das pessoas se resume

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Substitutos radicaliza conceito do Second Life para a ficção científica

Paulo Rebêlo Pipoca Moderna | 22.out.2009 Filmes de ficção científica raramente têm meio termo – ou são bons ou são ruins – porque, via de regra, o público-alvo costuma ser bem mais exigente e antenado do que em outros gêneros. “Substitutos” é uma das exceções à regra: um completo meio termo. Talvez pela presença de Bruce Willis fazendo o mesmo papel de sempre – e que sempre agrada aos fãs. “Substitutos” parte de uma premissa muito interessante. No futuro, não vamos precisar ir às ruas para fazer nada, pois poderemos controlar robôs de nós mesmos para realizar todo o tipo de atividade apenas com o pensamento, enquanto ficamos plugados em uma estação dentro de casa. Uma espécie de “Second Life”, só que na vida real. É óbvio que alguma coisa vai dar errado – o trailer faz questão de mostrar isso logo de cara – e o mundo precisará de um policial destemido para consertá-lo. Assim, “Substitutos” logo começa a parecer uma mistura endiabrada de “Eu, Robô” com “Exterminador do Futuro 3″ – o diretor Jonathan Mostow e os roteiristas Michael Ferris e John Brancato são os mesmos de “Exterminador 3″ – e claro que isso não pode ser realmente

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Extra-terrestre não salva o planeta

Cinema // Efeitos especiais demais e contéudo de menos marcam o remake de O dia em que a Terra parou Paulo Rebêlo Diario de Pernambuco 09.janeiro.2009 Passados os 103 minutos de O dia em que a Terra parou (The day the Earth stood still, EUA, 2008), estréia nacional desta sexta-feira nos cinemas, pelo menos uma pergunta ficará em aberto: “será que falta muito para assistirmos ao dia em que Hollywood vai parar (de fazer remakes)? A resposta é conhecida. Refilmagem nunca foi um forte dos estúdios e agora não é diferente. O remake do clássico de 1951 chega com um mês de atraso no Brasil, depois de ter sido lançado no dia 12 de dezembro nos Estados Unidos. A atualização para os tempos modernos inclui efeitos especiais de encher os olhos do início ao fim, além de temáticas em moda como meio ambiente e arrogância (ou ignorância) do governo americano. Por outro lado, perdeu em interpretação e, sobretudo, em conteúdo.

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