Enquanto muita gente passa o mês de dezembro fazendo listas de tarefas para o próximo ano, eu só consigo pensar nas malditas caixinhas de Natal. Quem inventou essa desgraça? Na maioria dos lugares onde penduram a caixinha, o pessoal recebe 13º salário. Eu não recebo 13º há muito tempo e ainda preciso colaborar para o chester alheio? Todo ano penso em fazer uma caixinha só para mim. E pendurá-la no pescoço. Na barriga eu penduro uma placa com letras verde-limão “eu não recebo 13º, por favor colabore”. Nas costas poderia pendurar uma cópia da minha carteira de trabalho. Desisti da idéia porque vi que não dá para lutar contra a concorrência. Nos últimos seis meses, quase todo dia tomo café da manhã na mesma padaria ao lado de casa e levo moedinhas contadas para os R$ 2,50 do pão com queijo na chapa. Nos últimos seis dias, além de ouvir um sonoro bom dia (detesto), os dois rapazes da chapa ainda fazem questão de dizer que capricharam no queijo. Claro, de frente para mim tem uma caixinha de Natal. Vou com minhas moedinhas contadas até o caixa. Lá tem outra caixinha. Como se a gente fosse um porquinho de madeira