Fico mais tranquilo sabendo que outros seres humanos não estão me reconhecendo e vão pensar duas vezes antes de perguntar "que oração" no meio da rua. Mas veja você, podemos também inverter essa lógica. Descobri que as máscaras de bichinhos são uma maravilha para ser bem atendido nos lugares, sem precisar conversar e sem precisar demonstrar simpatia.
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Projeto Livros Andantes iniciado domingo em Amaraji, transforma cesto de equino em biblioteca-móvel para incentivar o hábito da leitura Paulo Rebêlo (texto/fotos) Diario de Pernambuco 17.março.2009 Amaraji – Aos 19 anos, Riana Mércia sonha em entrar para a faculdade de Pedagogia, uma realidade aparentemente distante para a maioria dos seus colegas no povoado de Estivas, na zona rural de Amaraji, a 92 km do Recife. Enquanto o vestibular de julho não chega, ela ajuda outros a sonhar. Desde domingo (15), Riana é peça fundamental de um curioso projeto chamado Livros Andantes. Pendurados no caçuá de um burrinho transformado em biblioteca-móvel, cerca de 100 livros ficam disponíveis para dramatização e empréstimo. Basta deixar o nome e devolver no domingo seguinte. Riana Mércia não é autora da idéia, mal conhece os coordenadores do projeto, mas é uma das professoras da Escola Conceição Barbosa Lima e Silva, antes conhecida como Escola 1º de Agosto. A mesma onde terminou seu ensino básico e fundamental. Hoje, com o apoio da biblioteca-móvel, ela ganha um aliado para incentivar o hábito de leitura em crianças como Raiane, Fabiana, Tiago, Enderson, Edvânia, Rose, Avani e Débora. “O pessoal aqui não gosta muito de ler, mas as crianças na
Projeto cultural Livros Andantes começa a funcionar hoje com a proposta de aproximar os moradores da Zona da Mata Sul do mundo literário Paulo Rebêlo Diario de Pernambuco 15.março.2009 Enquanto os livros não criam asas, eles podem chegar de jumento para satisfazer a curiosidade de vários povoados rurais onde, de outro modo, ninguém teria acesso aos clássicos da literatura nacional e estrangeira que mudaram a vida de tanta gente na cidade grande. Por enquanto, o único município contemplado com esses jumentos-bibliotecas é Amaraji, a 90 km do Recife, na Zona da Mata Sul do estado. A partir de hoje, quem estiver de passagem pela região – vindo das redondezas de Chã Grande, Primavera, Ribeirão, Cortês ou Gravatá – deve redobrar a atenção no trânsito. Espalhados na zona urbana e rural de Amaraji, os jumentos estarão equipados com o que há de mais refinado e produtivo culturalmente: livros. De todos os gostos, pesos e tamanhos. Se depender dos donos destes jumentos do saber, os 20 mil habitantes de Amaraji podem ficar certos de que ainda há muito caminho pela frente. Vão dividir espaço com a cana-de-açúcar, abacaxi, mandioca, borracha, banana, batata-doce e laranja – produtos típicos da agricultura do local. Ao
A partir da experimentação com instrumentos de orquestra, músicos de Garanhuns criaram a primeira banda dixie de Pernambuco Paulo Rebêlo(texto/fotos) Diario de Pernambuco 04.março.2009 Quem nunca escutou um determinado gênero musical durante toda uma vida pode se tornar um dos seus melhores representantes em apenas um ano? Se depender de sete músicos pernambucanos de muito talento, a resposta vem de um sopro. Por meio de uma simples experimentação com os tradicionais instrumentos da música de orquestra, surgiu em Garanhuns a primeira banda dixie de jazz em Pernambuco. Jazz clássico, jazz de rua, jazz itinerante. Tudo bem ao estilo das saudosas dixies bands norte-americanas, do início do século passado. Nascida Orquestra de Frevo e Jazz de Garanhuns em 2008 e com nove integrantes, hoje a Garanhuns Street Jazz Band é formada por sete pessoas: Jasiel Leite (maestro, sax e tenor), Luiz Fernandes (caixa branca), Samuel Leite (percussão), Alexandre Félix (trombone), Álvaro Vinicius (clarinete), Marlos Silva (trompete) e Paulo Alves (tuba). Juntos, os sete “novos” representantes do jazz de rua bebem na fonte dos clássicos de Louis Armstrong, Miles Davis, Charlie Parker, John Coltrane, entre tantos outros mestres, transformando suas composições com estilo próprio e despojado. Quem os vê tocando – como
Agreste // Pelo segundo ano consecutivo, a cidade das flores é palco de um carnaval marcado por uma diversidade sonora que não toca nas rádios Paulo Rebêlo (texto/fotos) Diario de Pernambuco 26.fevereiro.2009 Quando a Banda de Pífanos de Garanhuns subiu ao palco no centro desta cidade a 230 km do Recife, as duas mil pessoas presentes na praça Guadalajara talvez soubessem o que vinha pela frente. Ainda era o primeiro dia do Garanhuns Jazz Festival, realizado pelo segundo ano consecutivo, exatamente durante os três dias de carnaval no principal ponto de encontro da cidade das flores. Minutos depois, contudo, Carlos Malta aparece do nada e se junta aos pifeiros de Garanhuns. Músico dos sopros e conhecido como “escultor dos ventos”, o multinstrumentista carioca parecia carregar um objetivo não-declarado: mostrar às pessoas que, daquele ponto em diante, pelos próximos três dias, a palavra de ordem seria diversidade. Do sábado à segunda-feira, uma grande mistura de ritmos, culturas e tons. Diversidade que não se escuta nas emissoras de rádio e nem sempre se encontram CDs, mesmo nas principais lojas do gênero. Vantagem extra para quem aproveitou e comprou osdiscos de algumas bandas e músicos os quais, dificilmente, terão oportunidade de encontrar novamente.
íntegra das notas publicadas parcialmente no Diario de Pernambuco durante o carnaval, entre 22 e 25 de fevereiro de 2009. NOTA 01 Apesar do atraso de uma hora, não poderia ter sido melhor a noite de abertura do Garanhuns Jazz Festival, a 230 km do Recife. Quando a Banda de Pífano de Garanhuns subiu ao palco às 21h, o público ainda se acomodava entre as cadeiras da Praça Guadalajara para conferir o que, afinal, aquele pessoal queria mostrar de diferente em pleno sábado de Carnaval. Não demorou até o carioca Carlos Malta animar a platéia com experimentações de frevo e marchinhas de carnaval estilizadas. Mas o tão badalado jazz veio apenas com o quarteto norte-americano da Clay Ross Band. Embora tenha aberto a apresentação com um rápido (e típico) forró, a segunda música logo enveredou pelo bluegrass e daí em diante o público passou a conhecer um pouco das raízes da música americana. Alternando entre jazz, blues e uma guitarra suavemente roqueira, Clay Ross animou a platéia com sua performance, antes de chamar a diplomata Kate Bentley e seu repertório de blues clássico e “uma fusão de jazz com baião”. NOTA 02 O angolano Nuno Mindelis mostrou como conseguiu ser