Cartilha Feminina Universal – CFU

Paulo Rebêlo // setembro.2005

Com o passar dos anos, os homens vão identificando cada processo que antecede os chiliques femininos, popularmente conhecidos como piti. É comum ouvir reclamações que os homens não entendem as mulheres. É um clichê. E como todo clichê, é uma afirmação pueril.


De fato, não entendemos como elas pensam, mas compreendemos bastante como elas agem. É assustador perceber como as mulheres parecem seguir uma espécie de cartilha. Para cada situação X, elas agem de forma Y. E para cada situação Y, agem de forma X. E assim sucessivamente, não mudam nunca. E quando saem com as amigas, dizem que nós somos os previsíveis da relação.

Sim, somos previsíveis; mas geralmente nas situações cujo conhecimento feminino é descartável de tão pífio: futebol na TV, carteado com os amigos, comidas de sustança (buchada de boi, bode, patinho, cabidela, miúdo, fígado acebolado…), pelada aos domingos, filme de porrada e ídolos do calibre de Charles Bronson e Clint Eastwood.

Em diversas outras situações, nas quais vocês pensam “ah, ele é tão previsível…”, é bom ter cuidado. Quase sempre, simplesmente não agüentamos mais atender aos faniquitos, por pura falta de paciência para os mesmos fricotes, os mesmos diálogos ou as mesmas perguntas – não necessariamente nesta ordem e comumente os três juntos.

A ciência há de descobrir que a CFU – Cartilha Feminina Universal – está inclusa no código genético das mulheres, passado de geração a geração. Mudam-se os hábitos e os valores, mas os procedimentos padronizados permanecem. Não raro, quanto mais insignificante – ou repetitiva – é a situação, maior é o piti. Uma escala diretamente proporcional ao comportamento padrão feminino.

Aplicação Prática –

Poderíamos gastar uma bíblia (talvez mais) com exemplos do cotidiano sobre a Cartilha Feminina Universal, mas o bom senso recomenda publicar somente três. Até porque não tenho dinheiro para seguro de vida.

Exemplo 1 – Mulheres estão sempre gordas, por mais magras que elas estejam.

As mulheres reconhecem esta neura e os homens também. A gente até acha normal. Em tese, se os dois lados reconhecem, deveria haver harmonia. A gente se acostuma a ouvir vocês reclamarem e vocês assimilam a idéia. Mas, não. Elas sempre precisam perguntar o que achamos. “Estou muito gorda?”

Espelho não serve só para pentear o cabelo, mas também para responder – visualmente, em detalhes e circunferências – o quão gorda vocês estão. Não precisa perguntar. Se querem perguntar, não retruquem. Se dizemos que não estão, vocês fecham a cara e dizem “eu sei que estou gorda”. Se sabe, pra quê perguntou?

Quando dizemos realmente que estão um pouco acima do peso normal, vocês fecham a cara e fazem greve de sexo ou até mesmo coisa pior, tipo sabotar a tomada da geladeira no sábado à noite para que toda cerveja fique quente no domingo de futebol na TV.

Caso vocês não queiram ver as pelancas todos os dias ao se arrumar para sair, deixem de nos perguntar ou façam feito eu: vendam os espelhos de casa, deixem apenas o espelho da pia do banheiro para escovar os dentes e fazer a barba.

Exemplo 2 – Bloqueio neuro-peitoral avançado

“Meu peito tá muito caído?” é a pergunta que dez em cada dez mulheres fazem. E justamente quando? Quando estão se aprontando para sair – de frente para o espelho enorme – com duas horas de atraso, enquanto a gente está na sala esperando, coçando o saco e limpando o nariz com toda a paciência que o Criador NÃO nos deu.

Um arataca chamado Isaac Newton já ensinava, séculos atrás, sobre a lei fundamental da gravidade, também conhecida como lei da gravitação universal. De acordo com Seu Newton, “todas as coisas em torno de nós, grandes ou pequenas, são atraídas pela Terra — elas caem quando não são sustentadas por algum suporte. A atração de qualquer pedaço de matéria pela Terra é o exemplo mais familiar de força na natureza”.

Traduzindo em português para loiras: o peito cai e sutiã não serve apenas como enfeite.

A neurolingüística há de explicar, um dia, este retardo mental que não permite a devida compreensão científica que o peito de hoje não é o peito de dez anos atrás. Se o tempo passa e o tempo voa, e nem a poupança Bamerindus continuou numa boa, por que o peito de vocês há de continuar durinho e pontudo? Ele cai. E cai muito. E a tendência é piorar a cada 24h.

Exemplo 3 – Aquela sirigaita está olhando diferente para você.

Ninguém olha diferente para ninguém. Olho é tudo igual, só muda a cor. Por mais que a gente seja barrigudinho, endividado, careca e baixinho, as mulheres sempre vão dizer que a cidadã mais bonita do recinto está dando mole para a gente. É universal, todas dizem – ou pensam – isso.

Há diversas variações na forma como elas conduzem o monólogo: “fulaninha tá me olhando esquisito, por quê?”; “aquela ali não pára de olhar para você, né?”; “reparou que a galega da outra mesa tá sempre olhando para cá?”; “por que sua colega de trabalho não falou comigo direito, hein?” e assim por diante. E a pior de todas: “sua amiga é bonita, né?”.

Se uma mulher, em outra mesa do bar ou de qualquer ambiente público, estiver olhando em nossa direção e chupando o dedo médio, tudo bem, reconhecemos não ser normal. Se ela estiver olhando e gesticulando a língua, tudo bem, a gente reconhece também. Só que isso não acontece. Nunca. Se alguém lhe disser que já aconteceu, é lenda. Quem gesticula é homem, geralmente bêbado e se achando o galã.

Mas, não tem jeito. A bendita CFU prega o seguinte: não importa quão papudinho seja seu macho, ele é sempre o maior garanhão do pedaço e todas as mulheres bonitas do mundo, quiçá do universo, querem dar para ele.

Vamos acabar com os exemplos por aqui. Talvez por conta da maldita CFU que as mulheres vivem reclamando da vida. Ao mesmo tempo, embora não exclusivamente por isso, as mulheres com menos neuroses são cada vez mais admiradas. O tempo é o senhor da razão e elas, com parcimônia, vão entendendo que certas nóias não levam a nada, apenas a desgastes no relacionamento e, oxalá meu pai, a um par de chifre.

1 Comment Cartilha Feminina Universal – CFU

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