Observatório, 07.outubro.2003
ARQUIVO DE NOTÍCIAS
Com usar scanner com rapidez e qualidade (*)
Paulo Rebêlo (**)
Reportagem auxiliada por computador – parte 5
No capítulo anterior [remissões abaixo], pudemos ver uma série de dicas técnicas e sugestões sobre como digitalizar conteúdo do papel, para que você incremente ainda mais o seu arquivo pessoal de notícias. Agora, as dicas finais sobre o tema.
Digitalizar em colorido ou preto e branco? Nenhum dos dois. A melhor relação tempo/produtividade é usar tons de cinza, o chamado grayscale.
Outra: nunca use a opção de digitalizar em “modo texto”, mas escolha sempre o modo imagem, mesmo que você vá digitalizar apenas texto. O modo texto é indicado para reconhecimento de caracteres (OCR), ou seja, aquele recurso de digitalizar um texto e editá-lo diretamente no Word.
O tal do OCR pode funcionar para muita gente, mas para mim nunca funcionou direito. Sempre é preciso perder um precioso tempo editando o texto final no Word, pois o software de reconhecimento de caracteres nunca consegue reconhecer 100%. E isso em inglês. No caso de textos em português, a situação fica ainda pior.
Ao digitalizar como imagem, você não poderá editar o texto no Word, mas poderá ler de forma bem mais objetiva e rápida. A reprodução digitalizada será fiel ao papel.
DPI
Você precisa escolher a resolução para escanear, o tal DPI que aparece no programa do scanner. O ideal é sempre adotar 100 ou, no máximo, 150 DPI. Quanto maior for o DPI, mais qualidade terá a imagem final, só que maior será o arquivo gerado pelo programa e mais tempo levará para digitalizar.
Se você pretende imprimir a sua base de dados digitalizada com certa freqüência, opte por 200 DPI. Se for imprimir só de vez em quando, 100 DPI é suficiente. Lembre-se: estamos tratando de documentos, principalmente textos. A idéia não é digitalizar para trabalhar as figuras e fotografias, mas sim para consultar o texto, de forma legível, quando necessário.
Ao salvar em imagem, você nunca poderá selecionar com o mouse o texto da matéria, copiar e colar no Word. É o preço que se paga.
Formatos e programas
Na hora de gravar (salvar) o documento digitalizado, é preciso escolher o formato de arquivo a ser salvo. Você pode salvar em GIF (mais qualidade, mais espaço), em JPG (um pouco menos qualidade, ocupa menos espaço) ou qualquer outro formato de sua preferência.
Escolha JPG. É um formato padronizado, universal, todo mundo conhece e todo computador pode ler sem a necessidade de instalar um programa à parte. A compressão desse formato não é suficiente para perceber perda de qualidade a olho nu. A não ser que você altere as configurações, o que não é o caso agora.
GIF e JPG também são mais fáceis de editar – fazer recortes e colagens – em programas como Paint Shop Pro, Corel Draw etc. O Paint Shop Pro é uma boa opção, pois é relativamente leve e possui todos os recursos necessários para manter um arquivo pessoal.
Lembre-se que também há a possibilidade de salvar em PDF. É preciso ter a versão completa do Acrobat. A vantagem de salvar em PDF é que, depois, dentro do próprio Acrobat dá para fazer um índice com todos seus PDFs.
No entanto, perceba que mesmo em PDF não será possível copiar-e-colar textos, pois os documentos também serão salvos como imagem. Essa interface entre imagem e modo texto quem faz é o scanner, e não o programa. O Acrobat irá apenas converter em PDF. Caso você opte pelo PDF, é prudente digitalizar em 150 DPI em vez de 100.
(*) Material da base de dados da Abraji ( www.abraji.org.br)
(*** Jornalista no Recife ( www.rebelo.org)