Novo Windows Longhorn promete muito; ainda mostra pouco.

Paulo Rebêlo | setembro.2002

Já entrou no forno a próxima geração do Windows. Codinome Longhorn, a nova cria da Microsoft é o primeiro passo à implementação do Palladium — veja matérias ao lado. A versão beta testada pelo Webinsider mais parece uma amostra de tecnologia experimental, mas pôde apresentar um pouco do que vem por aí.


Com o Longhorn, a Microsoft inicia o processo de fazer com que o Windows “enxergue” o computador de um jeito diferente. Inicialmente previsto para 2005, o Longhorn deve chegar às prateleiras já em 2003 na forma de um Windows XP Segunda Edição, a exemplo do que ocorreu com o Windows 98.

A diferença, porém, é que a segunda versão do XP trará mudanças e novos recursos, diferentemente do que ocorreu com o Win98 SE. E o sistema revolucionário, que vai mudar o jeito de o Windows enxergar o sistema? Continua para 2005, sob o codinome de Blackcomb, mas com algumas prévias em 2003 no Longhorn.

As atuais versões beta do Longhorn são embrionárias, com pouco das promessas concretizadas. Por trás de pequenos detalhes do Longhorn estão alterações a partir das reclamações dos clientes. Como é o caso, por exemplo, de um relógio e calendário na tela de logon do sistema — aquela na qual você digita sua senha para entrar no Windows ou mudar de usuário.

Poder visualizar todo seu hardware ou toda a sua lista de endereços a partir de um clique foi outra solicitação atendida — novos ícones de atalho foram adicionados no menu Iniciar e no Painel de Controle.

Uma das iniciativas bacanas, porém ainda defeituosa na versão beta, é a possibilidade de dividir no meio a janela principal do Windows Explorer. De um lado, é mantida a lista ou ícones dos arquivos do computador, enquanto na divisão nova o usuário pode ver, sem clicar em nada, as propriedades do arquivo como data de criação, autor, formato etc — é um recurso particularmente útil para arquivos de áudio (MP3, WMA etc) e vídeo (Mpeg, DivX, Avi etc).

O Windows Media Player 9.0 (beta) chega junto, mas a função de gravar DVDs ainda não. Por outro lado, trouxe novas opções de visualização e, em uma delas, se parece bastante com o Winamp. Inclusive, podendo ser minimizado para perto do relógio.

Para quem gosta de trabalhar com várias janelas ao mesmo tempo, uma boa pedida é nova barra lateral do Windows (Sidebar). Além do menu Iniciar, o usuário pode configurar uma barra fixa em um dos lados da tela e acrescentar vários recursos simultaneamente, como relógio, agendador de tarefas, monitor de recursos, slide-show etc.

Por enquanto, a barra lateral ainda está em desenvolvimento no Longhorn e mostrou-se inútil, visto que ainda não há recursos e/ou utilitários que possam ser acrescentados a ela em quantidade razoável.

Uma pequena prévia do objetivo de fazer com que o Windows “enxergue” o computador de uma outra forma é a inclusão de um novo sistema de arquivos no Longhorn, batizado de WinFS: Windows Future Storage, conceituado sob a interface do SQL Server 2003 (codinome Yukon) — este também não disponível ao mercado, ainda.

O WinFS funciona em contrapartida ao jurássico sistema FAT e aos mais recentes FAT32 e NTFS.

O WinFS funciona como um banco (SQL) para organizar e gerenciar todos os arquivos do computador. Ele enxerga os dados no disco rígido não como presenças físicas, mas como registros lógicos como se fosse uma grande base de dados.

As vantagens? Hoje, seus e-mails ficam em um arquivo, seus documentos em outros, suas músicas etc. Com o WinFS, tudo será uma espécie de bolo único e, para achar uma palavra dentro de um arquivo, será mais fácil porque todas as informações necessárias sobre ele já estarão carregadas no sistema.

Desvantagens? A performance cai perceptivelmente, a exemplo do que ocorre com o NTFS em relação ao FAT32 e, de quebra, o WinFS facilita ainda mais o controle involuntário dos seus arquivos sem o seu consentimento. Ou seja, é o braço do Palladium no Longhorn.