Fantasma do Super11 de volta

Novo provedor deseja utilizar marca ligada ao acesso gratuito.

Paulo Rebêlo
Webinsider

Estão alimentando mais uma bolha e é bom ficar atento. Agora em março, o provedor Super11 voltou a funcionar na mesma velocidade com que foi retirado do ar pela Justiça. Em tese, segue o esquema de pagar os usuários pela quantidade de horas navegadas, a exemplo do Cresce.net e do Orolix – veja matéria Provedores querem pagar por horas navegadas, ao lado.

As atividades iriam começar esta semana. A empresa por trás do provedor é a BSB Internet, com sede em Caxias do Sul (RS), mas uma liminar concedida pela sistema judiciário daquele Estado impediu a utilização da marca Super11.

Para quem não lembra, o Super11 foi um dos primeiros provedores gratuitos, na época em que a febre de não pagar mensalidade de acesso teve início. No entanto, o provedor inovou ao oferecer um número 0800 para conexão. Ou seja, o usuário não pagava mensalidade e nem os pulsos telefônicos.

Em setembro de 2000 (veja matéria ao lado), a empresa não agüentou e faliu, deixando funcionários revoltados, em São Paulo, ao serem proibidos de entrar no edifício até mesmo para recolher pertences pessoais. Ninguém havia sido avisado de nada e todos foram pegos de surpresa quando chegaram para trabalhar. A briga foi feia e as pendengas judiciais ainda não terminaram.

A peculiaridade da história é que, na época, o diretor do Super11 era Nagib Mimassi – justamente o atual sócio-diretor do Orolix, provedor que também remunera usuários por horas navegadas. Procurado pela reportagem, Mimassi não quis se pronunciar sobre a volta do Super11, dizendo até desconhecer a “nova” empresa.

Sobre as questões judiciais movidas por ex-funcionários, o executivo declara que “não há confusão trabalhista, mas ações em andamento que estão sendo conduzidas juridicamente dentro das leis brasileiras”.

Analistas da indústria começam a questionar o modelo de pagar usuários por horas navegadas, pois o mesmo pode não se sustentar a médio prazo. Em um cenário ruim, o resultado seria similar ao que houve no Super11. Mimassi discorda. “Trata-se de um modelo inovador e que está sendo muito bem recebido pelo mercado. Não estamos cientes das críticas”, diz.

O novo Super11 ainda vai levantar outras polêmicas. O site continua fora do ar, mas os responsáveis já disseram por aí que vão recorrer da decisão. Os concorrentes, Orolix e Cresce.net, garantem que estão caminhando bem e o que o lucro é certo.

Ninguém duvida que, em breve, vai ter provedor conhecido tentando entrar no mesmo esquema – igualzinho a antes, quando os grandes também inventaram de prover acesso gratuito e se deram mal.

No final, alguém sempre sai lucrando em cima da ingenuidade alheia.