Paulo Rebêlo – [email protected]
A comunidade científica ganhou um belo presente de Natal e Ano Novo. O Ministério da Ciência & Tecnologia (MCT) acaba de oficializar, formalmente através de uma portaria publicada no Diário Oficial da União, a criação da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio) — uma reivindicação antiga para promover a articulação de pesquisadores do setor e o desenvolvimento da região por meio da biotecnologia. De acordo com o atual coordenador-executivo da rede, Luiz Antônio Barreto de Castro, agora o passo mais urgente é criar o Conselho Diretor e o Comitê Científico. “Trata-se de um programa como nenhum outro do Brasil. Vamos integrar uma região inteira pela biotecnologia.” comemora.
Em agosto de 2003, os secretários estaduais de Ciência & Tecnologia do Nordeste aprovaram a criação da rede, que já contava com o aval do MCT. Segundo o técnico de biotecnologia da Secretaria de C&T na Bahia, Guilherme Leoneli, somente em dezembro daquele ano o edital foi publicado. “Em julho passado, os primeiros projetos foram aprovados, mas só agora todos os recursos chegaram e a parte burocrática foi resolvida,” explica. Dos quatro projetos aprovados inicialmente, dois são da Bahia, um do Ceará e outro de Pernambuco. Este último é da professora da UFPE, Ana Maria Benko Iseppon, e teve a maior nota de aprovação entre os demais. A proposta é estudar a estrutura do feijão verde e o parecer dos consultores destacou o projeto entre os demais “pela precisão científica e pela forma como a metodologia e as metas são apresentadas”.
A partir de agora, a espera é de novos recursos oficiais para que um novo edital possa ser publicado e, assim, atrair outros projetos de primeira grandeza. Após um levantamento dos doutores atuantes no Nordeste (são mais de cinco mil), identificou-se as seguintes áreas de competência com potencial para receber financiamentos da rede: agropecuária, saúde, biodiversidade, microbiologia industrial e Tecnologia da Informação. “No primeiro edital, convidamos projetos relacionados a problemas sociais graves, como desnutrição e mortalidade infantil”, explica o coordenador Luiz Barreto.