VÔOS // Novas rotas entre o Recife e Miami facilitam negócios
Paulo Rebêlo *
Diario de Pernambuco – 26.setembro.2008
MIAMI – Nove anos depois de perder os últimos vôos diretos para os Estados Unidos, o Nordeste volta a contar com duas novas rotas a partir do fim deste ano. Pela American Airlines, a distância entre Recife e Miami será de apenas seis horas sem escalas. Apenas na volta há uma parada em Salvador. E em 2009, a Delta fará a ligação com Atlanta, no coração dos EUA e locação crucial para quem deseja fechar novos negócios ou visitar outras regiões na América do Norte.
A expectativa de empresários, operadores e agentes de viagem é visível nos dois países. Hoje, o pernambucano que precisa ir aos EUA enfrenta uma verdadeira maratona. São pelo menos três horas até São Paulo (se não houver escalas), mais algumas horas na espera da conexão e, enfim, oito a nove horas até Miami, a principal porta de entrada dos brasileiros na América. Isto quando não há atrasos, cada vez mais freqüentes.
De acordo com operadores e executivos visitados pela primeira missão empresarial de Pernambuco nos EUA, organizada pelo Recife Convention & Visitors Bureau (RCVB) e pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), as longas e desnecessárias horas de vôo não afugentam os brasileiros, mas espantam os americanos que desejam vir ao Nordeste a negócios ou a passeio. “Com apenas um terço do tempo e metade do custo, ele vai para qualquer ilha do Caribe”, explica Geraldo Marques, representante da Brasil Online (BROL) em Miami, agência pioneira em pacotes de viagens para americanos, exclusivamente pela internet.
Para Marques, que esteve em Pernambuco há pouco tempo como turista, o estado precisa repensar não apenas a questão da infra-estrutura local, mas sobretudo a recepção aos americanos. Do contrário, as novas rotas oferecidas pela Delta e pela American Airlines serão canceladas a médio prazo. “A conta é simples. Se os turistas não chegarem, ou talvez até cheguem, mas não voltem, as companhias transferem a rota novamente para São Paulo”, resume.
Floriana Martinez, gerente de contasda American Airlines em Miami e responsável pela promoção das novas rotas nos EUA, critica a forma como o Brasil tem tratado a parceria turística. Brasileira e há mais de 20 anos morando nos EUA, ela garante: “não tem turista americano em Pernambuco e em quase lugar nenhum do Nordeste. Se não for feito um trabalho sério, local e regional, não tem jeito. Estamos apostando alto nesta nova oportunidade”, antecipa.
Missão vende destino
MIAMI – Como promover Pernambuco como destino turístico viável, não apenas para o turista convencional, mas também para o visitante corporativo que procura um lugar para fechar negócios ou organizar congressos internacionais? A pergunta aparentemente simples – e até hoje respondida somente em teoria – é o norte da primeira missão empresarial pernambucana aos Estados Unidos.
Organizada pelo Recife Convention & Visitors Bureau (RCVB) e pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), a comitiva permanece em solo americano até o fim deste mês. De acordo com a diretora executiva do RCVB, Tatiana Menezes, a proposta é conhecer a maior quantidade possível de detalhes sobre as melhores práticas do trade turístico americano. “A partir de reuniões, entrevistas e conversas informais com executivos, operadores e agentes de viagem, vamos poder assimilar, classificar e tentar replicar alguns modelos em Pernambuco”, explica.
Passando por Miami, Chicago e Atlanta, os seis integrantes da missão empresarial têm um motivo extra para comemorar a boa receptividade encontrada desde que chegaram aos EUA. A escolha de Miami como ponto de partida não foi à toa. Além de ser o destino dos novos vôos diretos oferecidos pela American Airlines e pela Delta, a cidade é referência mundial para o turismo, indo muito além da popular imagem de paraíso da muamba e porta de entrada da Disney.
Para se ter uma idéia, somente a região metropolitana da Grande Miami recebe, sozinha, a mesma quantidade de turistas que visitam o Brasil inteiro por ano. A comitiva pernambucana também esteve em pontos estratégicos no litoral da Flórida. A começar pela desconhecida (para os brasileiros) cidade de Naples, considerada a “Porto de Galinhas” norte-americana. (P.R.)
* o repórter acompanha a missão empresarial a convite da Amcham e do RCVB