Paulo Rebêlo
Diario de Pernambuco | maio.1998
A partir da primeira versão atualizada do Windows 95, chamada de OSR2 (OEM Service Release), a Microsoft introduziu um novo sistema de arquivos, a FAT32. Em inglês: File Allocation Table, traduzindo-se em Tabela de Alocação de Arquivos. Deixando as explicações técnicas – e aqui inúteis – de lado, e partindo para a prática, que é o que interessa, podemos reconhecer a FAT como o sistema que organiza os arquivos no disco rígico, em blocos de determinado tamanho, em kbytes (kb).
Usuários da FAT padrão (antiga), são os de DOS, Windows 3.1x, e a primeira versão lançada do Windows 95. Para os que possuem disco rígido (ou HD, sigla de Hard Disk) maior do que 540MB de capacidade, os arquivos são organizados em blocos mínimos de 32kb. Ou seja, qualquer arquivo menor do que este tamanho é considerado como sendo de 32kb e todos os outros maiores do que isto, são organizados em blocos múltiplos de 32kb – 64kb, 96kb, 128kb … gerando uma perda muito grande de espaço em disco. São poucos os textos ou emails – sem desenhos ou gráficos – que chegam perto de 32kb.
Chegando ou não, cada um terá 32kb para seu sistema de arquivos. Além de textos e emails, muitos outros arquivos, inclusive próprios componentes do Windows, são menores do que 32kb.
A outra restrição da FAT padrão no DOS, é que só são reconhecidos discos rígidos de no máximo 2.1GB (gibabytes) de capacidade – como até agora todas as versões do Windows são baseados em DOS, considere-se mais um condenado. Para discos maiores do que isto, é necessário a partição em duas ou mais unidades, feitas a partir do Fdisk, um utilitário de disco que fica localizado – geralmente – no disco de boot, no diretório command do Windows ou no diretório onde estão localizados os arquivos originais de instalação. Como exemplo, tomemos um HD de 8.4GB. Precisamos particioná-lo em quatro unidades de 2.1GB cada uma ou cinco unidades de 1.5GB, 2.1GB, 2.1GB, 2.1GB e 600MB respectivamente. Em suma, a escolha de quantas e quanto usar em cada unidade fica a mercê do usuário, desde que não ultrapasse os 2.1GB máximos
Com FAT32, os arquivos passam a ser organizados em blocos mínimos de 4kb, liberando muito mais espaço em disco. O limite de 2.1GB por partição não existe mais. Fora a comparação de recursos entre os sistemas de arquivos, com FAT32 dispomos de um padrão relativamente novo, mais bem elaborado e com mais segurança nos dados, evitando assim a criação constante de arquivos temporários inúteis, como era comum em seu antecessor.
Em compensação, temos a desvantagem de que o uso deste novo padrão foi otimizado para ambiente Windows. Mas onde está a desvantagem? A desvantagem está em que volta ou outra, sempre estamos usando programas baseados em DOS, conscientemente ou não. Durante o uso em modo MS-DOS puro, executando o Scandisk ou desfragmentando o disco (defrag), percebemos uma lentidadão razoavelmente considerável.
Com o Windows 95 OSR2, a conversão para FAT32 só se faz possível mediante a formatação e repartição do disco através do Fdisk, causando assim, a perda total de seus dados. A partir do Windows 98, a conversão pode ser feita a qualquer momento, sem perda nenhuma de dados, através de um pequeno utilitário que já vem no pacote de instalação.
Um HD com FAT é reconhecido em qualquer sistema operacional Microsoft, ou seja, todos que os usuários domésticos, de leigos aos de mediana experiência. Caso seu disco esteja com FAT32, só será reconhecido em sistemas que também o reconheçam, sendo eles o Windows 95 OSR 2 em diante. O Windows NT 4.0 não reconhece FAT32.
Devemos realçar que, após convertido para FAT32, o disco só poderá ser reconvertido para FAT16, mediante formatação e repartição, com perda de todos os dados. Para a execução deste serviço, com perda zero de dados, há no mercado programa bastante conhecido da PowerQuest, o Partition Magic (atual versão: 3.05) que trabalha com FAT, FAT32, NTFS e HPFS. Examine seu hardware e faça a melhor escolha para sua máquina, com foco no a maximizar sua performance.