Empresas de PE não sabem exportar pela internet

Um estudo divulgado pelo consultor Steven Smrekar Albuquerque revela uma situação que o mercado de tecnologia em Pernambuco já suspeitava: as empresas locais não sabem usar a internet de forma eficiente para conquistar novos clientes internacionais. Na dissertação “A influência da Internet no gerenciamento de marketing em empresas exportadoras”, Steven selecionou as companhias locais de pequeno e médio porte, seguindo o critério de que as exportações não poderiam ultrapassar o valor de R$ 1 milhão e excluindo as filiais de multinacionais.

Paulo Rebêlo / Folha de Pernambuco

Também foi preciso que houvesse um site para a empresa, motivo que levou o pesquisador a deixar de fora, por exemplo, as exportadoras de frutas do Vale do São Francisco, já que muitas não têm homepage. Das 228 empresas exportadoras de Pernambuco, listadas pelo Ministério de Indústria e Comércio Exterior, 58 se enquadraram nos requisitos da pesquisa.

“As empresas usam a internet de forma operacional, para desenvolver formas de redução de custos de comunicação e divulgação, mas dão pouca ênfase no desenvolvimento de novos mercados e ampliação de suas exportações”, enumera Steven, acrescentando ainda que perde-se muito tempo buscando parceiros no exterior para revender os produtos em vez de procurar exportar diretamente daqui, com auxílio da internet. “Existem atitudes que geram resultado na conquista de mercado internacional, como a utilização do e-mail para divulgar a empresa e seus produtos, mas a maior parte das empresas daqui não faz isso”, completa. Sobre os sites, Steven observa que a maioria deles não tem opção de compra online.

SOFTWARE — A situação das exportações de tecnologia também não anda bem das pernas em contexto nacional. Durante uma palestra no fórum “Política de Software e o Mercado Externo”, o Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, admitiu que o Brasil não deve conseguir exportar os US$ 2 bilhões em software previstos para este ano. A meta foi estipulada pelo próprio presidente Lula, ainda em 2004, como forma de incentivar às empresas a buscar mercados internacionais em tecnologia da informação. O saldo comercial de 2005 e 2006 ainda não foi oficialmente fechado, mas até agora o valor contabilizado é de apenas US$ 300 milhões.