A semana não começa nada bem para os torcedores pernambucanos. Logo de cara, a Folha de Pernambuco “brinda” o jogador do Sport Recife com uma triste, porém verídica, reportagem: a atual campanha do Sport no Campeonato Brasileiro é a pior desde 1991. A campanha do time tem sido sofrível e deprimente, o que dá respaldo ainda maior para a polêmica capa do Globo comentada aqui no blog.
O crédito da foto que ilustra este post é do glorioso Bob, vulgo Robert Fabisak, na edição desta segunda-feira do mesmo jornal. Mas a imagem não mostra o Sport, e sim o Náutico, em jogo recente. Por que? Porque no caso do Nordeste, a reportagem da Folha de Pernambuco é aquele tipo de texto que o repórter quase não tem trabalho. É mudar um detalhe aqui, outro ali, salvar e colocar o texto para rebolar. Não desmerece o trabalho de apuração, evidentemente, apenas evidencia como o futebol nordestino está capenga há muito tempo.
Desta vez, nem precisamos ir longe no nosso banco de dados. Há apenas dois anos, o Jornal do Commercio publicou uma extensa reportagem sobre o declínio do futebol pernambucano. Era dezembro de 2005 e o texto abre assim:
Má gestão administrativa, calendário ruim, economia pobre e desmonte de categorias de base reveladoras de jogadores e oportunidade de bons negócios. Essas são as causas principais apontadas por dirigentes e especialistas que ajudam a explicar a queda do futebol nordestino, que vê ano a ano seus times excluídos das Séries A e B. O Nordeste está sumindo do mapa do futebol. Após perder ano a ano representatividade na Série A, a segunda região mais populosa do País aquela que concentra cerca de 30% dos brasileiros , agora perde força também na Série B, a parte intermediária da pirâmide futebolística. A realidade é dura. Se antes a briga era para não cair para o purgatório da Segundona, agora o perigo é despencar para o inferno da Terceirona.
A reportagem do JC ainda pode ser encontrada online, para assinantes do jornal ou do Universo Online, seguindo este link. Entre diversos fatores apontados pela reportagem, alguns parecem vir dos livros de História do século passado: paternalismo, coronelismo e tantos outros ismos no futebol nordestino.