Candidatos que enriquecem

Paulo Rebêlo
Diario de Pernambuco – 05.agosto.2008

Em apenas dois anos, os vereadores brasileiros tiveram enriquecimento médio declarado de 41%, enquanto os deputados e senadores aumentaram seus patrimônios em 50%. O levantamento acaba de ser divulgado pela ONG Transparência Brasil e mede a evolução patrimonial de 180 parlamentares nas capitais brasileiras, entre aqueles que foram candidatos às eleições em 2006. O ranking é elaborado ao se comparar a lista com a atual declaração, agora em 2008, dos candidatos a prefeito, vice e vereador.

Dos 709 vereadores em exercício nas 26 capitais, 663 buscam a reeleição ou concorrem a prefeito ou a vice. O patrimônio médio declarado só pelos vereadores é de R$ 377 mil. Ou seja, eles são 45 vezes mais ricos do que a média da comunidade que representam.

Em Pernambuco, a média total do aumento de patrimônio, ao contabilizar todos os parlamentares, foi de 30,1%. Os números mais “curiosos” são do deputado estadual Edson Vieira (PSDC), com acréscimo de 312,3% em seu patrimônio. Saltou de R$ 50 mil em 2006 para R$ 209 mil esteano, como candidato a prefeito em Santa Cruz do Capibaribe. Com 204% de acréscimo, o também deputado Ricardo Teobaldo (PSDB) declarou R$ 1,4 milhão contra R$ 489 mil há dois anos – hoje é candidato à prefeitura de Limoeiro. Na Câmara do Recife quem teve maior salto patrimonial foi Severino Ramos (PMN), que foi de R$ 15 mil para R$ 44,5 mil, ou196,7%. Já Luiz Vidal (PSDC) enriqueceu oficialmente 66%, de R$ 148 mil para R$ 247 mil.

Entre os parlamantares com redução declarada, consta o deputado federal Paulo Rubem (PDT), que é candidato à prefeitura de Jaboatão. Ele declarou um patrimônio 48,7% inferior, caindo de R$ 157 mil para R$ 81 mil. O deputado estadual Elias Lira (DEM), declarou em 2006, R$ 4 milhões e, hoje, candidato à prefeitura de Vitória de Santo Antão, cai para R$ 1,8 milhões.

Ninguém supera, contudo, o deputado estadual Pedro Eurico (PSDB) que declarou apenas R$ 65 mil (é candidato a vice em Olinda). A redução foi de 95,3%, já que em 2006, informou bens de R$ 1,3 milhão.