Distrito 9: filme de alienígenas completamente diferente

Paulo Rebêlo
Pipoca Moderna | 16.out.2009

Seria injusto dizer que Distrito 9 é apenas mais um produto hype importado dos Estados Unidos e calçado em várias campanhas espalhadas pela internet antes do lançamento.

Se você acha que já viu todo tipo de filmes sobre alienígenas, dos mais bizarros aos mais sérios, esqueça o passado e ignore o nefasto trailer que tem passado nos cinemas brasileiros. “Distrito 9” não tem o suspense insinuado pelo trailer, é muito mais. É diversão do início ao fim, embora diversos críticos o considerem um estudo político ou sociológico sobre o apartheid na África e o preconceito. Noção que o próprio diretor faz questão de negar em entrevistas.

O contexto político está presente, é claro, mas isso depende muito mais de quem assiste e dos detalhes que você só fica sabendo se pesquisar na internet. Como, por exemplo, o fato de que os barracos dos alienígenas não foram montados pela produção, são barracos de verdade em Joanesburgo. E a iniciativa do governo sul-africano de mover aquele setor da cidade para um local com melhores condições físicas realmente existiu.

“Distrito 9” é um filme de alienígenas completamente diferente e só por isso merece ser visto para quem gosta de ficção científica. É todo em estilo de documentário, mas passa longe da lentidão do gênero. Do início ao fim, mal há tempo para respirar. A câmera é nervosa, o roteiro idem.

Alienígenas desembarcam na Terra e para onde vão? Para a África do Sul. Não demora até que eles sejam isolados do convívio social e criem suas famílias em favelas. A proximidade com a sociedade “de facto” começa a incomodar e é preciso mandá-los para ainda mais longe. E aqui o filme realmente engata, logo no início.

Os efeitos especiais são um capítulo à parte, com cenas beirando o grotesco, no bom sentido. E deu certo.

“Distrito 9” é fruto de um curta-metragem (“Alive in Jo’burg”) apresentado pelo mesmo diretor Neill Blomkamp em 2005, que fez a cabeça dos estúdios. Diversão inteligente e com um gostinho especial por não ter atores consagrados. Para os brasileiros, todos são desconhecidos.

Única exceção é a assinatura de Peter Jackson (diretor da trilogia “Senhor dos Anéis”) na produção, garantindo o modesto (para os padrões dele) orçamento de US$ 30 milhões.

Muitos críticos já o consideram “o filme do ano” por diversos críticos. É fácil ver onde isso reflete. No IMDB, já está em 77º colocado na lista dos melhores 250 filmes da história. Um exagero, por melhor que “Distrito 9” seja.

6 Comments Distrito 9: filme de alienígenas completamente diferente

  1. Anônimo

    Odiei este filme, é tão rídiculo, nojento e insuportável de assistir, causa dor e sensação de nojo, o pior filme, aliás péssimo seria um grande elogio!!!!!

  2. Lessandra

    Horrível, insuportável, odiei este filme, é nojento causa sensação de dor, aliás péssimo seria um grande elogio!!!!

  3. Tiago

    O filme tem um bom enredo , mas peca fortemente nas cenas fortes.Quem precisa ver com riqueza de detalhes um dedo sendo decepado. Tem coisas que não precisa ser visto para ser entendido, basta insinuar.

  4. Octavio

    Um bom filme, para quem tem um visão em um futuro distante.A questão das favelas é presente em todas as cidades do mundo seja país rico ou pobre. E os camarões como são denominados, são os nossos favelados, excluídos da sociedade, marginalizados e com uma cultura de sobrevivência, sem tomar conhecimento de qualquer tipo de lei.

  5. Sílvia

    A principio achei o filme nojento e idiota, pois não gosto de ficção científica…. mas durante a trajetória vamos percebendo que o contexto eh outro. O filme enfoca a desisgualdade e o quanto o ser humano escravisa os ‘inferiores’, colocando-os ao seu dispor e como subcoisas, seja animais ou outros seres humanos, ou outros seres se houvessem rsrsrsrs.
    Muito bom.

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