Gengis Khan é biografado em épico indicado ao Oscar

Paulo Rebêlo
Pipoca Moderna | 29.julho.2009

Quem quiser sair um pouco do esquema circuitão não pode perder a oportunidade de conferir “O Guerreiro Gengis Khan” (Mongol, 2007), co-produção da Rússia, Alemanha, Mongólia e Cazaquistão, que finalmente estreia nos cinemas brasileiros, dois anos após seu lançamento internacional.

O filme é um romance histórico sobre a vida de Gengis Khan, mostrando sua infância e um lado “humano” que contraria versões didáticas ocidentais, explorando o até então pouco conhecido contexto cultural e político da época, que o levou a conquistar mais da metade do território mundial em tão pouco tempo.

“O Guerreiro Gengis Khan” não é um filme de guerra, nem tenta defender um lado específico da história. E na verdade é apenas a primeira parte de uma trilogia que o diretor Sergei Bodrov quer fazer. A segunda parte já está em fase de produção e se chamará “The Great Khan”, prevista para chegar aos cinemas (não do Brasil…) em 2010.

Gengis Khan é representado pelo premiado ator japonês Tadanobu Asano. O personagem Jamukha é o chinês Honglei Sun, bem mais elogiado pela crítica internacional, embora seja coadjuvante.

Um dos lados mais bacanas é poder ver as “mãos” de várias culturas na produção. Quem assistiu ao russo “Guardiões da Noite” (2004) vai notar as semelhanças nas cenas de batalha e nas vezes em que o “lobo” aparece. E quem assistiu ao mongol “Camelos também Choram” (2003) reconhecerá a paisagem praticamente idêntica.

Lançado em julho de 2007, a produção foi indicada ao Oscar de melhor filme estrangeiro, representando o Cazaquistão. Não faturou a estatueta, mas ganhou diversas outras premiações e reconhecimento.

É verdade que “O Guerreiro Gengis Khan” deixa a desejar em muitas passagens, sobretudo para o público mais exigente com o rigor histórico. Há três ou quatro situações que acontecem sem a menor explicação sobre como se chegou ali. Há passagens de décadas sem uma ligação mais sólida. Mas não comprometem a experiência ímpar do filme, que tem na cinematografia um espetáculo à parte.

A versão exibida no Brasil, a internacional, tem apenas seis minutos a menos que a original. Uma raridade, quando se fala em filmes deste tamanho. Para se ter uma idéia, o elogiado “Hero” (2002) com Jet Li teve 20 minutos cortados pela Miramax ao distribuir o filme no mercado internacional.

O Guerreiro Gengis Khan (Mongol, 2007)