Prestação de contas após escândalo

RECIFE // Vereadores da capital, acusados de irregularidades com verbas de gabinete, indicam arrecadação e gastos de campanha eleitoral

Paulo Rebêlo
Diario de Pernambuco – 13.agosto.2008

A primeira parcial da prestação de contas – arrecadação e despesas – para a campanha eleitoral dos vereadores recifenses, acusados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) de falsificarem notas fiscais e de outras irregularidades com as verbas de gabinete, pode ser conferida no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).


A exemplo dos candidatos à Prefeitura do Recife, também há curiosidades. O vereador Nildo Resende (PTN) declarou arrecadação de R$ 44 e despesas de idênticos R$ 44. Uma outra parcela dos parlamantares ainda não terminou o envio da prestação de contas e não consta na lista do TSE – ou aparece com números zerados, como Henrique Leite (PT), líder do governo na Câmara.

Daniel Coelho (PV), André Ferreira (PMDB) e Mozart Sales (PT) são os três candidatos à reeleição com a maior quantia declarada, de R$ 133 mil, R$ 97 mil e R$ 87 mil respectivamente. Também no topo da lista consta o nome de Priscila Krause (DEM) – R$ 65 mil; Luiz Helvécio(PT) – R$ 61 mil; e Gustavo Negromonte (PMDB) – R$ 60 mil.

O prazo para envio da primeira parcial encerrou-se no dia 6 de agosto, embora diversos vereadores ainda estejam enviando suas declarações. Alguns blocos de dados também se encontram “em processamento”. No dia 6 de setembro encerra-se o prazo para envio da segunda parcial à Justiça Eleitoral.

Repercussão – O vereador Carlos Gueiros (PTB) acusa, em nota oficial, os auditores do TCE de “extrapolarem suas atribuições e finalidade do exame, para expressar sua opinião totalmente dispensável em um trabalho técnico que pretende ser isento”. Ele questiona onde está a irregularidade, “se a lei me ordena o registro dos veículos dos servidores do meu gabinete e esses são em número de 23?”.

Gueiros refere-se ao relatório onde constam as irregularidades sobre notas fiscais e verbas de gabinete, no período de apenas dez meses entre 2006 e 2007. Os números foram publicados no Diario de ontem. O relatório completo possui cerca de três mil páginas, incluindo documentos e fotocópias das notas falsas ou montadas.