Lamúrias de Lamarca

Os militares estão em polvorosa. Criticaram duramente a decisão do governo em conceder pensão de general-de-brigada à esposa de Carlos Lamarca (1937-1971), o militar-que-virou-guerrilheiro na época da ditadura. Lamarca foi morto pelo Exército na Bahia, em setembro de 1971, depois de ter desertado em 1969 levando consigo armas e munições. O Ministério da Justiça divulgou a nota oficial, com a decisão da Comissão de Anistia do governo, para a imprensa. E desde então, o assunto continua na roda da mídia.

Os institutos de Direitos Humanos aplaudem a decisão. Os militares, não aceitam que Lamarca seja condecorado, ainda por cima como general-de-brigada (R$ 12.152,61 mensais), visto que naquela época ele desertou como capitão. Para entender melhor a questão, esta matéria na Folha de S. Paulo, para assinantes UOL.

Em setembro de 1971, Lamarca foi morto na Bahia. Se você quer saber como aconteceu a história da perseguição e o desfecho, visite o Banco de Dados da Folha, gratuito, com o material publicado na época.

A história de Lamarca é deveras interessante. Ninguém precisa virar especialista, mas o filme Lamarca, de 1994, vale a locação. A começar pela excelente atuação do Paulo Betti. Tem direção de Sérgio Rezende. Uma resenha de 1997, publicada pela IstoÉ, pode ser encontrada aqui.

O legal é que em Zuzu Angel, filme recente (2006) do mesmo diretor e com a atriz Patrícia Pillar no papel principal, o Carlos Betti faz uma ponta como o mesmo personagem.

Para saber mais sobre a história de Lamarca, uma visita à Wikipedia em português vale a leitura.

E o livro “Lamarca, capitão da guerrilha”, também é leitura imperdível. O autor é o Emiliano José, em parceria com o jornalista Oldack de Miranda. Aliás, o filme de 1994 foi baseado nessa obra, escrita em 1980. É difícil de achar, as edições geralmente estão esgotadas, mas vale a pena a visita a um bom sebo no centro da cidade.