Conheça o processador Intel Itanium

Paulo Rebêlo | maio.2000

Usuários e técnicos de informática já não agüentam mais a mesma ladainha. Todo semestre, um novo “super processador” começa a ser comercializado, prometendo fazer milagres antes não imagináveis. A lavagem cerebral está presente em anúncios vinculados nas revistas, jornais e, evidentemente, na própria Internet. Sem dúvida, a Intel é a grande campeã em propaganda de seus processadores, ainda hoje os mais usados e procurados pelo mercado.


O dia 10 de maio ficará na história da Intel. Pela primeira vez, a empresa divulgou dados técnicos e detalhes sobre seu próximo processador, batizado de “Itanium”, bem antes de começar a comercializá-lo. Não é pouco. A briga pelo mercado de processadores é grande e, geralmente, informações sobre suas tecnologias são consideradas ultra-secretas.

O Itanium será baseado em uma arquitetura de 64-bit – inédita ao se falar em Intel – e terá como diferencial uma nova tecnologia chamada EPIC – Explicitly Parallel Instruction Computing. Em uma tradução livre, ‘instruções computacionais explicitamente paralelas’ ou qualquer coisa parecida…

A tecnologia EPIC permitirá ao processador executar mais instruções por ciclo e oferecerá possibilidades e vantagens que levarão o Itanium a superar os atuais chips baseados em RISC e CISC, atualmente usados em servidores e estações de alta performance. Logo, o Itanium deverá abocanhar o mesmo nicho de mercado. Mesmo assim, é óbvio que o novo processador passará a ser o sonho de consumo de muitos usuários sedentos por novidades – porém, precisarão pagar muito caro pela preciosidade. A Intel planeja começar a vender o chip no último trimestre deste ano, mas ainda não há preço estimado.

EPIC – A tecnologia começou a ser inicialmente desenvolvida pela Hewlett-Packard (HP), famosa por suas impressoras. Em 1994, Intel e HP firmaram acordo para desenvolver um processador baseado em EPIC, antes também conhecido sob o codinome de Merced.
O fato de ter exposto dados técnicos do Itanium gerou controvérsias na comunidade tecnológica. De um lado, há o perigo de concorrentes se apossarem das informações e conseguirem fazer algo ainda melhor ou mais barato. De outro, a própria Intel defende que o sucesso do Itanium não será viável sem a obtenção de softwares escritos especialmente à nova arquitetura e benefícios do processador. Para tal, é crucial abrir o cofre e revelar como ele será por dentro.

PROTÓTIPOS – Recentemente, a Intel despachou 4000 protótipos do Itanium para desenvolvedores selecionados, cuja missão é de testar arduamente a nova cria da empresa. Por usar arquitetura 64-bit, os sistemas operacionais precisarão ser reescritos e, entre eles, já existem versões em testes de máquinas rodando Windows 2000 64-bit, Linux, Novell, entre outros.
Para conhecer o Itanium a fundo, visite http://developer.intel.com/design/ia-64