Iati é fiscalizado pelo TCE e CGU

Paulo Rebêlo
Diario de Pernambuco
10.outubro.2008

Prefeito eleito com 53% dos votos válidos, Alexandre Tenório (PP) irá assumir a prefeitura de Iati, no Agreste, com dois pesos extras para carregar. O primeiro, velho conhecido da cidade, é o parecer sobre a rejeição das contas da prefeitura pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE). E o segundo, a fiscalização em curso pela Controladora Geral da União (CGU) sobre irregularidades na aplicação de recursos públicos da União.

Nenhum dos impedimentos, contudo, é novidade para o prefeito eleito. O sobrenome Tenório governa a cidade há mais de quatro décadas, inclusive, com adversários políticos entre si. O prefeito eleito, Alexandre, é primo do atual prefeito Hernani e filho de Luis Tenório, ex-prefeito e a quem todos respondem, na prática. Ainda hoje, Luis é chamado de “prefeito” por todos na cidade, embora ocupe o cargo de Secretário de Administração nesta gestão.

É a segunda vez que o TCE sugere a rejeição das contas num curto intervalo de tempo. Desta vez, os conselheiros recomendam à Câmara a não aceitação da prestação de contas do prefeito Maurílio Rodolfo Tenório de Souza referentes a 2005. De acordo com o relator do processo, Adriano Cisneiros, foram identificadas várias irregularidades pela equipe técnica de auditoria, entre as quais contratação de pessoal sem concurso público, processos licitatórios em desacordo com a lei, não aplicação do percentual mínimo das receitas tributárias na área de saúde, gastos com a folha acima do limite, entre outros.

Em 2007, o TCE também emitiu parecer recomendando a rejeição das contas de Luiz Tenório, relativas ao exercício de 2003. Procurado pelo Diario, o prefeito não atendeu às ligações. Em agosto, durante visita do Diario à cidade, a prefeitura também optou em não comentar o relatório final da Controladoria Geral da União sobre as irregularidades na aplicação dos recursos do Ministério da Saúde em Iati.
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